Adenílson Pereira Borges precisou deixar de lado o trabalho na facção que tem em casa e o serviço de vigilante para começar uma investigação. Ele foi orientado pelo delegado da 2º Delegacia da Polícia (DP) Civil de Blumenau, Ronnie Esteves, a ir a postos de gasolina próximos do local onde mora e verificar se algum suspeito comprou gasolina para usar nos explosivos conhecidos como coquetéis molotov, atirados contra a casa dele.

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O vigilante também saiu da delegacia terça-feira com a missão de encontrar imagens das câmeras de vigilância dos estabelecimentos que pudessem ajudar a esclarecer o caso. Tarefa que cabe à Polícia Civil. – Fui muito bem atendido quando fiz o boletim de ocorrência, mas o delegado me disse que estava com a equipe reduzida e me pediu apoio para que eu conseguisse todas as provas possíveis. Quero resolver o caso e não esperarei a polícia para defender minha família – desabafou o vigilante.

Esteves admite que falta efetivo para o trabalho de investigação. Para piorar, segundo o delegado, um dos seus escrivães foi deslocado para a Operação Veraneio, no Litoral, reduzindo para seis o número de integrantes da equipe da 2ª DP:

– Nosso efetivo em períodos normais já é precário. Com a convocação, desfalcou mais ainda. Em algumas situações, por ausência de pessoal, pedimos que a vítima faça o trabalho que deveríamos fazer.

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Na 1ª Delegacia da Polícia Civil de Blumenau o panorama é parecido. O delegado Waldir Padilha afirma que dois de seus agentes foram enviados ao Litoral, reduzindo para sete o número de policiais na unidade neste período, quando o ideal seria ter no mínimo 15 servidores.

– No começo do ano, tínhamos filas de pessoas para receber atendimento. No fim de dezembro e nos primeiros dias de 2012 registramos 30 arrombamentos, que se somam a inquéritos de 2010, que ainda estão parados por falta de gente – explicou Padilha.

Da região de Blumenau, 12 profissionais foram convocados para atuar na Operação Veraneio, que termina após o Carnaval. Diante da negociação salarial entre policiais civis e governo do Estado, no fim de 2011, servidores de Santa Catarina inteira inicialmente se recusaram a participar da Operação Veraneio, que se estende até o fim do carnaval, como forma de represália.

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No entanto, grande parte dos convocados está em estágio probatório, caso do delegado Esteves.

– Como estava há apenas seis meses na cidade e a minha esposa e a minha filha há quatro, pedi dispensa e contei com o apoio do delegado regional para que pudesse ficar até me adaptar e não deixar minha família sozinha aqui – relatou.

O delegado Rodrigo Marchetti, responsável pela 3ª Delegacia Regional de Blumenau, está em férias e não atendeu às ligações do Santa ontem para falar sobre esta situação.

Confira a reportagem completa no Santa desta sexta-feira