A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (23) operação para cumprir 215 mandados judiciais, sendo 66 de prisão e 149 de busca e apreensão, em uma ação contra tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Além disso, R$ 400 milhões em bens dos investigados foram sequestrados por determinação da Justiça. Os mandados são cumpridos em Santa Catarina e mais nove estados.

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A operação, batizada de Enterprise, é considerada a maior do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros, de acordo com a PF. De acordo com a Receita Federal, mandados também estão sendo cumpridos na Espanha, Colômbia, Portugal e Emirados Árabes Unidos. A operação foi coordenada pela Polícia Federal do Paraná.

No Brasil, além de Santa Catarina, os mandados são cumpridos no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. As cidades e a quantidade de mandados cumpridos em Santa Catarina não foram informados.

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Por volta das 11h, a PF informou que todos os mandados de busca e apreensão no Brasil já haviam sido cumpridos, assim como 29 dos 66 mandados de prisão. A PF também informou que apreendeu 11 milhões de euros que estavam no porta-malas de uma van em Lisboa, em Portugal, num dos imóveis dos alvos dos mandados. Ainda durante as buscas, 200 kg de cocaína foram apreendidos no endereço de um dos líderes do grupo em Paranaguá, no litoral do Paraná.

Ainda conforme a PF, o principal investigado da operação é um brasileiro que reside na Europa. A partir dele, a polícia identificou sete grupos que atuavam na organização criminosa no Brasil em diferentes funções, localizados no Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.

Investigação

Segundo a PF, o esquema de lavagem de dinheiro envolvia multimilionários no Brasil e no exterior com uso de várias interpostas pessoas, conhecidas como laranjas, e empresas de fachada, com o objetivo de dar aparência lícita ao lucro do tráfico. Entre os bens dos investigados que são alvos de sequestro judicial, estão 37 aeronaves, imóveis e veículos de luxo. Desde o início da investigação, cerca de 50 toneladas de drogas foram apreendidas, informou a PF.

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Ainda de acordo com a PF, a investigação durou mais de dois anos. Ela aponta que os dois portos mais usados pelos traficantes eram os de Santos, no litoral paulista, e de Paranaguá, no litoral do Paraná. Ainda conforme as investigações, a droga era enviada, em grande parte, para a Europa.

O nome da operação, Enterprise, faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que trouxe alto grau de complexidade à investigação policial, explicou a PF. Ao todo, 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita Federal participam da ação.