A Operação Custo Brasil é um golpe de misericórdia na campanha de Dilma contra o impeachment. A prisão do ex-ministro Paulo Bernardo carrega efeitos múltiplos. Amplia o desgaste do PT, com a revelação de mais um escândalo de desvio de dinheiro público, fragiliza o discurso da senadora Gleisi Hoffmann – casada com Paulo Bernardo e defensora aguerrida de Dilma – e envolve o ex-ministro Carlos Gabas, homem de confiança da presidente. O esquemão, um desmembramento da Lava-Jato, teria funcionado de 2010 a 2015 a partir de um contrato com o Ministério do Planejamento, bem embaixo do nariz de Dilma. A presidente, que vendia uma imagem de gerentona onipresente, sequer desconfiou que, além da Petrobras, outros órgãos do governo estavam sendo saqueados? A Lava-Jato vai mostrando vários focos de roubalheira durante o governo petista. E não adianta o partido reclamar que as investigações e prisões são seletivas. Isso não é defesa, é choro. Na semana passada, os alvos eram o PMDB, PSDB, DEM, já foram o PP e PSB. No fim, só há uma vítima nesta história: o contribuinte.
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BUSCA MUITO LOUCA
A Polícia Federal se atrapalhou na busca muito louca pelo ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Enquanto a PF afirmava que Ferreira estava preso, ele participava de uma entrevista ao vivo na Rádio Gaúcha. Logo depois, quando a informação era que ele não estava sendo encontrado, a coluna conversou com Ferreira pelo telefone. Na ocasião, ele informou que estava em casa, com a mulher Tereza Campello, e que iria consultar os seus advogados.
– Estão dizendo que tu estás foragido – dizia Tereza, ao fundo.
O ESPECIALISTA
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O advogado de Lula e Antonio Palocci está cuidando do caso do gaúcho Paulo Ferreira. O badalado criminalista José Roberto Batochio defende Lula, desde o início de junho, e também envolvidos nas três principais operações da Polícia Federal: Lava-Jato, Zelotes e Acrônimo.
BOM DIA!
O senador Lasier Martins (PDT-RS) foi despertado pelo barulho do helicóptero da Polícia Federal, que rondava o seu prédio. Ele mora em uma quadra de apartamentos funcionais e é vizinho do casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Quando olhou pela janela, a quadra estava tomada por viaturas.