Avião e imóveis de luxo que somam R$ 126 milhões foram apreendidos durante uma operação contra o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, dez mandados de prisão e 35 de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira (10) em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e, também, na Itália.
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Segundo a Polícia Federal, a operação, denominada “Mafiusi”, foi possível após investigação conjunta de entre Brasil e Itália, que foi instituída após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande (SP), em 2019.
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A ação conjunta resultou em prisões em ambos os países e desarticulou dois grupos criminosos interligados, que eram responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa. As investigações envolveram uma rede complexa que operava por meio de um porto brasileiro e de aeronaves privadas.
O Porto de Paranaguá era o principal ponto de saída, e o Porto de Valência, na Espanha, o de chegada. A droga era transportada principalmente pelo método “RIP ON – RIP OFF”, ocultada em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira. Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.
A Receita Federal também apontou para o crime de lavagem de dinheiro. O grupo utilizava uma empresa de fachada, que recebia depósitos em espécie e depois transferia os valores para outras empresas em nome de um intermediário. Ainda segundo a Receita Federal, por meio destas empresas foram adquiridos mais de R$ 300 milhões em veículos de luxo, materiais de construção e até bebidas alcoólicas. Os produtos eram vendidos para gerar faturamento fictício e, posteriormente, dividido entre os sócios do esquema.
— Parte do material de construção adquirido nestas empresas de fachada foram entregues diretamente em obras de um dos líderes da sua organização. Estas obras se referem à construção de quatro edifícios na região de Santo André (SP). Também conseguiu se comprovar que R$ 7,5 milhões em compras de cerveja foram transformados em faturamento em nome de uma das empresas do líder — explica o auditor fiscal Ivens Lopes Ribeiro.
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A partir da investigação foi possível cumprir os dez mandados de prisão e mais 35 de busca e apreensão. Entre os bens apreendidos estão imóveis, um avião, além de valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados. Todos os itens somam R$ 126 milhões.
Participaram da operação a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Guarda Civil Espanhola. As investigações também contaram com o apoio da Eurojust, da Europol e da Interpol.
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