Uma operação de corte e retirada da fiação elétrica causou manifestações e revolta de moradores no Morro do Quilombo, bairro Itacorubi, em Florianópolis. A ação, que contou com apoio de equipes da Polícia Militar, começou por volta das 9h e seguia até próximo ao meio-dia desta terça-feira (21). No fim da manhã, a situação provocou conflitos entre a população e policiais que auxiliavam a operação.

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Em nota, a Celesc confirmou a operação e disse se tratar de uma ação de combate às ligações clandestinas, popularmente conhecidas como “gato”. A estimativa é de que os cortes e retiradas de fiações atinjam de 80 a 100 residências. Os moradores se queixam que não houve nenhum aviso ou auxílio para a regularização da situação antes dos cortes.

Segundo moradores, os cortes ocorreram em pelo menos três pontos. O primeiro deles foi no final da Rua da Represa. Em seguida, as equipes da Celesc seguiram para a região onde ficam torres de energia e em que há mais moradores. Por fim, fizeram cortes de energia e retirada de fiação na região da Servidão da Jaqueira.

Segundo a Celesc, foram registradas reclamações de clientes na ouvidoria por oscilação do fornecimento de energia. De acordo com a companhia, essa alteração seria provocada por ligações clandestinas e em área de preservação permanente (APP). Muitas delas, ainda conforme a Celesc, ficariam embaixo da linha de transmissão de energia que passa na localidade do Quilombo.

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Veja vídeo da situação no Morro do Quilombo

População pede auxílio para regularização

As principais queixas da população ocorrem pelo fato de não ter havido nenhum aviso prévio para os moradores. Os cortes, inclusive, ocorrem em um horário em que muitos deles estão trabalhando. Outra crítica é o fato de a fiação estar sendo retirada e levada embora.

— Não houve qualquer auxílio para regularizar, e a operação ocorreu de forma violenta. Eles deveriam instruir a regularização, fornecer um tempo para os moradores fazerem isso — defende uma moradora ouvida pela reportagem.

Ela diz que tentou regularizar a situação ao comprar sua casa na localidade, há cinco anos, mas ouviu da funcionária da Celesc que não seria possível.

A Celesc afirmou à reportagem da NSC que ações deste tipo não precisam ser avisadas previamente porque visam coibir furtos e também acidentes, como choques em razão da instalação precária.

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Pouco depois das 11h, moradores iniciaram uma manifestação e fecharam a rua para evitar que as equipes descessem e efetuassem o corte de fiações de outros pontos da localidade. A situação fez a PM enviar equipes da tropa de choque ao Morro do Quilombo. Vídeos registrados por moradores mostram disparos de balas de borracha.

O 4º Batalhão da Polícia Militar informou à NSC que enviou 10 policiais em quatro viaturas, e que eles permaneciam no local até o início da tarde. Os agentes permaneceram também no acesso ao Quilombo, na Rua Amaro Antônio Vieira, no Itacorubi, o que também causou reflexos no trânsito.

Veja fotos da operação

* Matéria em atualização

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