Há exatos dois anos o helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros de Florianópolis entrou em operação com o objetivo de combater incêndios e prestar socorro em casos de afogamento e acidentes de trânsito.
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O grupo do Corpo de Bombeiros que trabalha no resgate aéreo atua em conjunto com o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e no total 52 pessoas estão envolvidas na operação, sendo três comandantes, sete copilotos, 24 tripulantes, nove médicos e nove enfermeiros treinados em medicina aeroespacial. Nesses dois anos, foram 1.395 missões realizadas, 979 horas de voo e 1.259 pessoas atendidas.
Para o copiloto Sandro Fonseca, de 38 anos, as enchentes de Rio do Sul, no ano passado, foram o maior desafio da equipe.
– A operação mais complexa que já realizamos foi nas enchentes de 2011 em Rio do Sul porque envolvia não só retirar pessoas de áreas alagadas, mas levar alimentos a regiões isoladas pela chuva e a transferência de vítimas de hospitais afetados pelas enchentes – garante Sandro, destacando que o grande diferencial do helicóptero é chegar aonde outros veículos não chegariam e em tempo recorde.
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– O Arcanjo é destacado para atendimentos em que uma ambulância não seria capaz de resolver o problema, seja pelo tempo que ela levaria para chegar até o local da ocorrência, seja porque a maior parte das ambulâncias não têm os mesmos equipamentos que o helicóptero, que incluem respirador artificial, desfibrilador, medicação e equipamento para controle dos sinais vitais. Somente três ambulâncias avançadas contam com essa aparelhagem em Florianópolis – analisa o copiloto.
Tanto que a maior parte dos atendimentos da Operação Arcanjo são realizadas na hora do rush, em que o trânsito fica pior e as ambulâncias não têm chance de chegar rápido ao local da ocorrência.
– Atendemos uma vez um turista chinês na Ilha do Campeche. Levamos apenas 6 minutos para chegar lá, ele estava em parada respiratória mas o atendimento reverteu essa situação e conseguimos salvá-lo – conta Sandro.
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Nesta quinta-feira será realizada uma cerimônia no Aeroporto Hercílio Luz, das 18 horas e 30 minutos às 19 horas e 30 minutos, celebrando os dois anos da operação e também apresentando novos equipamentos e os oficiais promovidos recentemente.
Histórico
Segundo o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Edupércio Pratts, que faz parte da corporação desde 1986, o nome Arcanjo veio do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que cedeu seu helicóptero para uma missão em Florianópolis em dezembro de 2008.
– O codinome do helicóptero deles era Arcanjo. Logo depois, quando conseguimos alugar o nosso, colocamos o mesmo nome, que foi bem recebido pela população, até porque tem tudo a ver com a nossa atividade – explica o tenente.
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Com capacidade para 6 pessoas, o helicóptero, que é alugado, será devolvido no final de março. No dia 9 de março a corporação recebe o helicóptero que foi comprado para uso dos bombeiros e que é mais moderno que o atual. Durante esses 20 dias em que a corporação vai contar com 2 aeronaves, uma delas será destacada para fazer a ronda no litoral norte e sul de Santa Catarina, enquanto o outro permanece na capital.
Edupércio, que fez o curso de resgate aéreo com a Força Aérea Brasileira (FAB) em 1987, lembra que a partir de 1993, os bombeiros tiveram acesso ao helicóptero da polícia militar, que também era partilhado com a polícia civil. Só en 2004, com a autonomia do Corpo de Bombeiros, que se tornou uma corporação independente da polícia, é que começou-se a pensar numa aeronave para o grupo.
– Nós começamos o processo de convencimento das autoridades da necessidade do helicóptero, em 2004, até que em 2010 conseguimos conseguimos alugar um – explica o tenente.
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A Operação Arcanjo também monitora diariamente as praias de Florianópolis em cooperação com os guarda-vidas.