A Polícia Federal indiciou sete investigados no inquérito da Operação Alcatraz em novo relatório encaminhado nesta quinta-feira (22) à 1ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis. Ao longo da investigação, 54 pessoas já foram indiciadas por supostas condutas criminosas.
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Conforme a PF, o novo relatório com sete indiciados detalha evidências de conluio criminoso entre empresários e agentes públicos, que teriam atuado para fraudar quatro processos licitatórios para contratação de empresas especializadas em prestação de serviços terceirizados perante à Secretaria de Administração do Estado de Santa Catarina (SEA/SC). Os fatos ocorreram entre os anos de 2016 e 2018.
O relatório policial apresentado à Justiça está à disposição do Ministério Público Federal, que poderá oferecer denúncia, requerer diligências complementares ou pedir o arquivamento do inquérito. A Polícia Federal também informou que segue nas investigações em relação a outros fatos ligados ao caso.
De acordo com a PF, os indiciamentos foram realizados de acordo com as condutas praticadas por cada um dos investigados e indicam crimes de fraude à licitação e organização criminosa.
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A Operação Alcatraz foi deflagrada maio de 2019, com o objetivo de combater fraudes a licitações e desvios de recursos públicos ligados a contratos de prestação de serviços de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do poder executivo estadual em Santa Catarina.
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Um dos alvos da operação é o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado Julio Garcia. Ele já foi alvo de duas denúncias pelo Ministério Público Federal (MPF) dentro da operação.
O MPF o aponta como “chefe de uma organização criminosa” que era formada por funcionários públicos que praticavam delitos contra a administração pública. Entre os crimes pelos quais o deputado foi denunciado, estão lavagem de dinheiro, peculato, fraude em licitação e contrato subsequente.
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No começo do mês, Julio Garcia se defendeu as acusações, que chamou de “abusivas”. Ele também disse disse que é alvo de uma perseguição, em um “espetáculo promovido às custas da reputação alheia”.
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O presidente da Alesc pode assumir o governo de Santa Catarina caso o processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), seja aprovado pelo Tribunal Especial de Julgamento nesta sexta-feira (23).