Uma ação integrada entre Ministério Público, polícias Civil e Militar e as prefeituras de Florianópolis e São José abordou dezenas de moradores de rua e dependentes químicos no final da manhã desta quinta-feira (26) na região do viaduto da Josué di Bernardi, limite entre as duas cidades. Trinta e cinco pessoas foram atendidas; no entanto, ninguém optou por ir a um abrigo público ou a reabilitação. Também foi feita a limpeza e a remoção de entulhos do local.

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Conhecida de forma pejorativa como cracolândia, trata-se de um lugar degradado socialmente, dominado pelos usuários de álcool e crack, onde há muito lixo acumulado e esgoto correndo a céu aberto. Inclusive, segundo o MPSC, há casos de morte por tuberculose na região. Na operação desta quinta, foram feitos testes rápidos de DST e duas pessoas foram diagnosticadas com sífilis. Elas foram encaminhadas para atendimento hospitalar. Os profissionais de saúde também encontraram duas mulheres grávidas, que concordaram em entrar num programa pré-natal. A todos os demais, foi orientado procurar a assistência do Centro Pop.

A força-tarefa contou ainda com a participação do Instituto Geral de Perícias (IGP), que realizou a coleta de digitais das pessoas que estavam no local.

— Queremos reunir informações, identificar pessoas que vivem em situação de rua e levantar um diagnóstico para conseguir trazê-las para os serviços sociais oferecidos pelo Município de forma a minimizar a situação, reinserindo essas pessoas na sociedade — explicou o promotor de Justiça de São José, Sandro Ricardo Souza.

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A secretária de Segurança de São José, Andréa Pacheco, explicou que a Guarda Municipal realizou a checagem de documentos dos moradores de rua para reconhecer pessoas desaparecidas ou procuradas pela polícia.

— As abordagens são realizadas também para coibir a ação de criminosos que acabam se infiltrando entre os moradores de rua para furtar, traficar drogas e realizar outros delitos na região.

Eventualmente, todos esses órgãos envolvidos fazem forças tarefas naquela região. Só que a última vez já fazia mais de um ano. Conforme o promotor de Justiça de Florianópolis Daniel Paladino, essas operações devem ser realizadas de forma mais frequente, a cada dois ou três meses.

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— Esse trabalho acontece há dois anos e temos ótimos indicadores de pessoas que conseguiram sua reabilitação, que evoluíram economicamente e conseguiram moradia. Numa operação recente aqui na Rua Deodoro, onde foram abordadas mais de 90 pessoas, muitas aceitaram essa proposta de trabalho, de qualificação, e hoje deixaram as ruas felizmente.

Participaram da ação mais de 50 profissionais das áreas da saúde, assistência social, além de membros do Minitério Público, CDL, as guardas municipais dos dois municípios, Delegacia de Pessoas Desaparecidas, e o DNIT. Não houve nenhum tipo de resistência dos moradores à ação da força tarefa.