As vagas na Universidade Federal já estão nas mãos de 6.031 estudantes. Mas, enquanto para alguns, as aulas começam logo em março, para outros, a folga será estendida até o final do semestre. São 2.682 calouros que passaram para as turmas do segundo semestre na instituição.

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Confira a entrevista com psicopedagoga Priscila Leonel Pasqualini

Os meses livres das tarefas na universidade podem ser o tempo que você precisava para organizar a vida e recuperar o fôlego. Como lembra a psicopedagoga Priscila Leonel Pasqualini, é preciso aproveitar, sem culpa. Para isso, ela propõe se separar um tempo para relaxar e se preparar para o novo ciclo. Depois, o estudante pode ingressar em cursos ou mesmo viajar. Mas atenção para não se sobrecarregar. O ritmo puxado demais depois de um ano que já foi agitado pode trazer consequências mais para a frente.

– A maioria dos alunos recebeu muita pressão para passar no vestibular. Quando começa o curso, ele deve dar uma respirada para o novo ciclo, para não começar o curso desestimulado – constata a profissional.

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Ficar só à toa em todos os meses também não é uma boa, pois o estudante pode ficar agoniado, pensando no curso que vem pela a frente. A psicóloga Monica Justino complementa que é o momento de manter o equilíbrio, investindo-se, com calma, naquelas atividades que não podiam ser encaixadas nos dias de correria.

– É a hora de se fazer o que se tinha vontade, mas não se tinha tempo – conta Monica.

Pontos a mais no currículo

Juliana Azevedo da Silva, 19 anos, pesquisa cursos com duração de poucos meses para fazer enquanto não embarca na vida acadêmica. Aprovada para o segundo semestre no curso de Design, na UFSC, ela espera se preparar em questões da área para começar a faculdade mais na frente.

O ponto de partida será aprender a mexer na câmera fotográfica que acabou de ganhar. Ela acredita que, se conseguir um emprego em uma gráfica também pode ser proveitoso para a carreira futura. A estudante acredita que é melhor se distrair e se especializar em assuntos da área do que só ficar parada.

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Ainda mais porque teve uma folga nos primeiros meses do ano passado, antes de ingressar no cursinho semiextensivo. Agora, a ideia de Juliana é aproveitar que está no pique da rotina agitada, em função do cursinho, no ano passado, para dar vazão aos processos criativos.

– Quando a gente é vestibulando, faz 30 mil coisas ao mesmo tempo, encontra tempo para tudo. Por isso, quero aproveitar para conciliar as coisas que estava querendo fazer, como um curso e um trabalho na minha área – expõe.

Nessa busca por aprender mais, uma viagem também chegou a ser cogitada mas, como as desistências de alunos classificados para o primeiro semestre podem fazer ela antecipar o ingresso na universidade, a estudante decidiu apostar em atividades em Florianópolis mesmo, onde mora. Os compromissos que ela pretende arrumar, no entanto, vão ser bem mais leves do que aqueles de 2012.

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– A gente se sente meio fora de alguma roda antes de conseguir a vaga, a vida de vestibulando é muito incerta. Com o nome na lista da UFSC, a gente se sente parte de alguma coisa de novo e sai aquela neura e ansiedade – explica Juliana.

Pisando no freio

Depois de dois anos de cursinho, tudo o que Ana Carolina Vitória, 19 anos, precisa é descansar. A estudante que mora em Joinville, no Norte do Estado, está na beirada da lista de espera para o curso de Medicina na UFSC: é a primeira entre os estudantes que aguardam pelas desistências.

Como a entrada na turma para o segundo semestre é bem provável, Ana Carolina aproveita os momentos de folga e conta, sem hesitar, o que pretende fazer nos próximos meses.

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– Vou dormir um monte – admite, bem-humorada.

Além de ficar na preguiça, a quase universitária também quer concretizar planos antigos, como tirar a carteira de motorista e voltar a fazer curso para aprimorar o inglês. Voltar à academia e sair bastante com os amigos estão na mira, por terem sido questões que tinham ficado um pouco de lado, por causa da carga de estudos.

Foi tanta dedicação, que ela não se sente culpada em ficar livre de obrigações de faculdade e estar longe de pensar que a falta de aulas é perda de tempo. Na verdade, ela vai comemorar se tiver realmente esses meses de folga.

– Me entupi de aulas no cursinho, estou cansada – resume.

Pela carteira de trabalho e pelo passaporte

Desde 2011, Pamella Leite Braga, 19 anos, pensa em viajar para os Estados Unidos para estudar. Este ano, ela pretende aproveitar o tempo antes de começarem as aulas no curso de Secretariado Executivo, na Federal, para juntar dinheiro e planejar a viagem. A intenção é conseguir um emprego o quanto antes para viajar por mês meses no ano que vem. Se o trabalho for na área, melhor ainda.

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– Li bastante sobre viajar, estou planejando. Enquanto isso, quero ir recebendo – diz.

Pamella, que já ingressou no curso de Relações Internacionais e desistiu, e trabalhou na área de telemarketing, não tem medo de rotina corrida. Mas, para começar a faculdade descansada, a estudante da Capital investe ainda em aulas de dança, para relaxar.

Claro que as aulas ficaram para a noite, para não atrapalhar o futuro emprego. Com esse planejamento, Pamella espera começar bem o segundo semestre e alguns passos mais próxima da terra do Tio Sam. Para outros estudantes que só ingressarão na faculdade no segundo semestre, como ela, ela recomenda foco.

– A escolha da atividade vai depender da prioridade de cada um. No meu caso, é a viagem. Mas pode ser o caso de só aproveitar o tempo livre para fazer um curso de teatro, dança – reforça.

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