“ A maior parte do sistema viário principal da Ilha de Santa Catarina é feita sobre aterros no mar. Embora estejamos acostumados com sua existência, eles representam um impacto ambiental que altera a paisagem natural existente, um dos maiores ativos de Florianópolis. Ao mesmo tempo, ouvem-se queixas de que Florianópolis voltou-se de costas para o mar. Fazer mais aterros irá continuar provocando o afastamento entre a cidade e a borda d?água. Por outro lado, é fácil compreender que, se continuarmos ampliando a infraestrutura para a circulação de automóveis, serão atraídos cada vez mais usuários para este modo de deslocamento.
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Países já compreenderam que é impossível suprir infraestrutura para a circulação de automóveis indefinidamente. Os asiáticos já definiram modelos sustentáveis para prover mobilidade urbana em suas cidades: Japão, Coreia, Cingapura e Hong Kong adotam medidas nesse sentido há décadas. Na Europa, que conta com excelente infraestrutura de transporte, várias cidades optaram por políticas de restrição ao uso do automóvel a partir da década de 1990. Após a crise de 2008, também os americanos passaram a refletir mais profundamente sobre o uso do carro.
Aqui, para reverter o círculo vicioso, é preciso aplicar um modelo de transporte público eficaz, confortável e com custo acessível. É assim que as pessoas optarão por deixar seus carros em casa. Uma rede de Bus Rapid Transit (BRT) é uma das alternativas que estão sendo estudadas pelo Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus). Também a melhoria das calçadas, transformando a cidade num espaço agradável e seguro, a construção de uma rede cicloviária urbana ampla e integrada e o transporte aquaviário, que pode atender a uma parte dos deslocamentos continente-Ilha, são alternativas que vêm sendo seriamente estudadas. O Plamus está desenvolvendo uma análise apurada desses cenários e se qualificando para indicar as melhores estratégias para a mobilidade da Grande Florianópolis. “