O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje que pedirá aos líderes que participarem da cúpula do G20, que acontece na próxima semana, em Londres, uma ajuda de US$ 1 trilhão para as economias mais pobres e vulneráveis do planeta.

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Numa entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, Ban afirmou que o mundo não pode permitir que a crise financeira destrua o progresso obtido na última década na luta contra a miséria. Os dois líderes falaram hoje com a imprensa depois de terem passado meia hora conversando sobre a cúpula do G20 e a situação em Darfur, no Sri Lanka, no Afeganistão e em Mianmar.

– A crise financeira continua se agravando e, em muitas partes do mundo, ameaça se transformar numa crise de instabilidade política e agitação social – afirmou Ban na saída de seu encontro com o premiê birtânico.

O diplomata disse ainda que chegará à cúpula do G20 defendendo o combate ao protecionismo, o desenvolvimento de uma economia ecológica, a reforma do sistema financeiro global e a adoção de um pacote de estímulo para o mundo em desenvolvimento.

– Este plano de estímulo deve ter um tamanho considerável, proporcional ao problema, e precisa incluir ajuda aos países mais pobres, créditos dos bancos multilaterais e contribuições de liquidez – declarou.

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Ban não deu nenhum número exato, mas, em carta aos líderes do G20, disse que os países pobres e em desenvolvimento precisam de US$ 1 trilhão para superar a crise. No documento, o secretário-geral da ONU diz que US$ 250 bilhões seriam usados para proteger da crise as nações mais pobres e às pessoas mais vulneráveis.

Outros US$ 250 bilhões, a serem disponibilizados pelas instituições financeiras multilaterais, seriam para financiar investimentos em infraestruturas, projetos de adaptação à mudança climática e programas vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

A carta de Ban diz ainda que os US$ 500 bilhões restantes serviriam para assegurar a liquidez das economias mais pobres, que, por conta da crise, ficaram sem acesso aos mercados de capital ou só tem conseguido receber créditos com juros altos. Por sua vez, Brown disse que, em sua conversa com Ban, mostrou-se convicto de que é preciso ajudar toda a comunidade internacional e reconhecer a interdependência das economias.

– É urgente que na cúpula do G20 atuemos para ajudar os mais pobres – declarou Brown.

O premiê britânico também afirmou que é mundial a opinião de que a política econômica relacionada ao Consenso de Washington chegou ao fim.

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– A mensagem a todos os países é que não fazer nada não é mais uma opção – acrescentou.