A ONU condenou nesta segunda-feira o recente estupro de mais de 150 mulheres no Sudão do Sul por parte de homens armados, incluindo militares uniformizados, e exigiu que as autoridades locais julguem os responsáveis.

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“Nos últimos 12 dias, mais de 150 mulheres e crianças buscaram ajuda após sofrerem agressões sexuais, incluindo estupro, na região de Bentiu, no Sudão do Sul”, destaca uma declaração conjunta firmada por três funcionários da ONU: Henrietta Fore (Unicef), Mark Lowcock (Assuntos Humanitários) e Natalia Kanem (Fundo de População das Nações Unidas).

“Os agressores têm sido descritos como homens armados, muitos uniformizados, e fazemos um apelo às autoridades pertinentes para que denunciem publicamente estes ataques e assegurem que seus perpetradores compareçam diante da justiça”, diz a declaração.

“Todas as partes em conflito devem cumprir com suas obrigações humanitárias internacionais e deter os ataques contra civis”.

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Na sexta-feira, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que 125 mulheres e crianças do Sudão do Sul foram estupradas ou agredidas sexualmente quando buscavam comida das agências internacionais de ajuda nos arredores da cidade de Bentiu (norte).

O Sudão do Sul mergulhou em uma guerra civil em dezembro de 2013, quando o presidente Salva Kiir, um dinka, acusou Riek Machar, seu ex-vice-presidente da etnia nuer, de planejar um golpe de estado.

O conflito, marcado por atrocidades étnicas e o uso do estupro como arma de guerra, já deixou mais de 380 mil mortos e quatro milhões de deslocados.

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* AFP