Vários países do Conselho de Segurança da ONU expressaram nesta terça-feira (28) a sua preocupação com o destino dos civis na província síria de Idlib, controlada pelos rebeldes, enquanto Damasco se diz pronta para recuperá-la militarmente.
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Após uma reunião do conselho sobre a situação humanitária na Síria, as nações ocidentais advertiram sobre as terríveis consequências de um ataque do governo de Bashar al-Assad.
“Existem sinais alarmantes de uma ofensiva militar pendente no noroeste da Síria”, declarou Carl Skau, embaixador da Suécia no Conselho de Segurança. “O aumento da escalada militar”, advertiu, “teria consequências catastróficas e poderia levar a um desastre humanitário”.
A província de Idlib, de importância estratégica no noroeste e que faz fronteira com a Turquia, é a última reserva de rebeldes na Síria.
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John Ging, funcionário de alto escalão do gabinete de Assuntos Humanitários da ONU, disse que os observadores viram uma “séria piora da situação humanitária” no noroeste da Síria nas últimas semanas.
O compromisso do Conselho de Segurança é “fundamental” para reduzir as tensões em Idlib e “garantir um acesso humanitário seguro, sem travas e contínuo, e garantir a proteção da população e da infraestrutura civil”, declarou.
Anne Gueguen, vice-embaixadora francesa, disse que seu país está “muito preocupado” com os sinais de uma ofensiva síria em grande escala em Idlib, recordando que qualquer uso de armas químicas significará uma resposta militar de Washington, Paris e Londres.
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“As vidas de 2,2 milhões de pessoas estão em jogo”, assinalou Gueguen.
A embaixadora britânica Karen Pierce, que descreveu a situação em Idlib como “terrível”, advertiu que não haverá “assistência para a reconstrução até que haja um processo político crível e em curso” na Síria.
– ‘Gravemente preocupado’ –
Washington, por sua vez, está “gravemente preocupado com as ameaças à vida civil se o regime e seus aliados empreenderem uma ofensiva mais ampla na província de Idlib”, declarou Kelley Currie, da missão diplomática dos Estados Unidos nas Nações Unidas.
O enviado da Rússia, no entanto, defendeu o direito do governo sírio de recuperar o controle da província rebelde.
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“A situação na Síria está se estabilizando”, assinalou o embaixador Vassily Nebenzia, acrescentando que o regime de Assad “deu garantias de segurança (…) para o retorno de refugiados”.
Mais de 350.000 pessoas morreram e milhões foram deslocadas desde o início da guerra na Síria em 2011, com a repressão brutal dos protestos contra o governo.
* AFP