Ao comentar dados globais sobre aids divulgados nesta quarta-feira, o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, disse que há uma possibilidade de se alcançar tratamento universal da doença até 2015. Segundo ele, a América Latina aparece como pioneira no acesso aos medicamentos antirretrovirais, seguida pela região do Caribe e pela África Subsaariana.

Continua depois da publicidade

Em 2011, 8 milhões de pessoas receberam tratamento em países de baixa e média renda, um aumento de 1,4 milhão em relação ao ano anterior. Ainda assim, o número representa 54% das 14,8 milhões de pessoas que precisam ser tratadas na região.

– Parte desta vitória se deve ao Brasil porque, já nos anos de 1990, adotou uma política de governo que passou a ser política de Estado e se mantém de maneira firme, independentemente da situação adversa da economia – avaliou Chequer.

O relatório indica que 82 países aumentaram em mais de 50% os investimentos nacionais no controle e prevenção da aids entre 2006 e 2011. Países de baixa e média renda, juntos, representaram investimentos de US$ 8,6 bilhões no ano passado, um aumento de 11% em relação a 2010.

Os gastos públicos internos em países da África Subsaariana, por exemplo, cresceram 97% nos últimos cinco anos, enquanto os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aumentaram os gastos nacionais públicos em mais de 120%.

Continua depois da publicidade

Já o financiamento internacional permanece no mesmo nível de 2008, totalizando US$ 8,2 bilhões, sendo que os fundos disponibilizados pelos Estados Unidos representam cerca de 48% da assistência internacional para a Aids.

Sobre o medicamento Truvada, aprovado nesta semana pelo governo norte-americano como alternativa para prevenir a infecção pelo HIV, o coordenador do Unaids ressaltou que o remédio está sendo divulgado como uma espécie de cura e que é preciso ter cautela.

– Temos outras pesquisas com maior relevância no sentido do controle da epidemia do que esta – disse Chequer, ao destacar um estudo que indica a eficácia do tratamento antirretroviral como forma de prevenir a infecção entre casais em que um dos parceiros tem aids. – Não podemos comemorar (o Truvada) como um milagre – completou.