O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediram ontem a realização urgente de uma conferência internacional sobre a Síria para acabar com o derramamento de sangue.

Continua depois da publicidade

Após um encontro em Sochi, na Rússia, Ban também conclamou ao regime de Damasco permitir que os especialistas da ONU investiguem o país para verificar as acusações sobre o uso de armas químicas na guerra entre governo e rebeldes.

– A organização de uma conferência deve acontecer o mais rápido possível porque as expectativas são altas – declarou Ban em uma entrevista coletiva.

O chanceler russo advertiu que é muito cedo para fixar uma data para as negociações de Genebra, programadas para a primeira quinzena de junho, porque a composição das delegações sírias ainda não foi decidida.

– Agora é importante saber quem participará no lado sírio, de outro modo não acontecerá nada. Também é indispensável chegar a um acordo sobre os países que participarão – completou.

Continua depois da publicidade

As novas discussões devem incluir os rebeldes e membros do regime. A equação é complicada, uma vez que parte da oposição se nega a reconhecer o presidente Bashar al-Assad como integrante das negociações. Moscou também pede a inclusão de seu sócio comercial Irã e da Arábia Saudita, aliada americana, como contrapeso, já que considera esses dois países atores-chave que não ficaram de fora da conferência de junho de 2012 em Genebra. A França já rejeitou a presença do Irã nessa futura conferência internacional sobre a Síria.

– No que nos diz respeito, de qualquer modo, não queremos que o Irã participe da conferência organizada por Moscou e Washington – afirmou, ontem, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot.

Mais de 1,5 milhão de sírios procuram refúgio nos países vizinhos, especialmente na Jordânia e na Turquia, declarou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), com sede em Genebra. Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, voltaram a exigir a saída do Al-Assad.