O Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc) analisou nesta segunda-feira com representantes das grandes instituições financeiras multilaterais a necessidade de criar uma nova estrutura econômica internacional adequada ao atual mundo interdependente.

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Centenas de pessoas participaram da reunião, realizada na sede das Nações Unidas, para debater sobre as mudanças que deveriam ser feitas na atual arquitetura econômica internacional, que não foi capaz de conter a crise gerada pela falência das grandes firmas de Wall Street.

– Os últimos eventos demonstraram que os sistemas mundiais de gestão econômica não são os mais adequados para os desafios atuais, e que nossas instituições e estruturas devem ser mais representativas, críveis, eficientes e responsáveis – assegurou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Entre os presentes havia representantes das principais instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial (BM), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad, em inglês).

Ban ressaltou que a crise econômica “evidenciou os perigosos pontos fracos e as falhas do sistema econômico internacional”, que foi gestado na conferência da ONU de 1944 em Bretton Woods, nos Estados Unidos.

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– A fé na desregulação dos mercados e em sua autorregulações diminuiu, pelo menos, e em seu lugar nos encontramos com um novo interesse em adotar normas e sistemas de supervisão efetivas – ressaltou.

O principal responsável da ONU pediu à comunidade internacional para resistir à tentação de recorrer ao protecionismo como solução aos problemas econômicos, e, em seu lugar, defendeu a conclusão das negociações da Rodada de Desenvolvimento de Doha para liberalizar o comércio mundial.

– A paz, a estabilidade e a prosperidade são indivisíveis – disse Ban, que acrescentou que “alcançar essas metas requer adotar reformas visionárias e atuações decisivas”.

Nesse sentido, os países da União Europeia (UE) expressaram, através da República Tcheca, que ocupa a presidência de turno do bloco, apoio à reforma do sistema econômico internacional.

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Da mesma forma, o Grupo dos 77 (G-77, que reúne as nações em desenvolvimento) e o Grupo do Rio (formado por Estados democráticos latino-americanos e caribenhos) apoiaram a reforma da atual arquitetura econômica mundial e sua reorientação em direção ao desenvolvimento.