A chamada Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira várias resoluções condenando as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, Irã e Síria, em meio à crescente pressão ocidental para a adoção de medidas contra os dois países.

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A resolução contra a Coreia do Norte foi aprovada por unanimidade, pela primeira vez, já que nem mesmo a China, tradicional aliado dos norte-coreanos, rejeitou a medida.

Uma condenação similar contra o Irã foi aprovada por 83 votos contra 31 e 68 abstenções. Entre os países que se abstiveram está o Brasil.

A resolução sobre a Coreia do Norte, elaborada por países europeus, denuncia as “violações sistemáticas, generalizadas e graves dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais” neste país duramente controlado por um regime stalinista.

O documento destaca o uso de tortura e de campos de prisioneiros, assim como fortes restrições da liberdade de movimento na Coreia do Norte.

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Os norte-coreanos podem ser executados apenas por tentar fugir do país e segundo o relator especial da ONU para a Coreia do Norte, o ex-chanceler da Indonésia Marzuki Darusman, há entre 150 mil e 200 mil pessoas nos campos de prisioneiros da Coreia do Norte.

Um diplomata norte-coreano presente na reunião da Comissão, Kim Song, qualificou a resolução de “terrorismo de Estado político” e rejeitou todas as acusações contra seu país.

Apesar de não ter votado contra, a China, junto com outros aliados como o Irã, manifestou que se opunha a qualquer resolução que se refira a um único país.

O isolamento da Síria se aprofundou com uma resolução que conseguiu o apoio de 10 países a mais que no ano passado, quando se votou na ONU pela primeira vez desde que começou o levante contra o presidente Bashar al Assad.

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Uma moção condenando “violações graves generalizadas e sistemáticas” por parte das forças governamentais de Assad e de milícias aliadas foi apoiada por 132 países e teve a oposição de 12, enquanto 35 se abstiveram.

A resolução contra o Irã, também preparada pelos países ocidentais, condena a tortura e as execuções no país, assim como as restrições “generalizadas” à liberdade e à violência “dominante” contra as mulheres.

Foi aprovada por 83 votos a favor, 31 contra e 68 abstenções. No ano passado, 86 países apoiaram a resolução e 32 se opuseram.

O embaixador iraniano junto à ONU, Mohamed Khazaee, qualificou a resolução de desequilibrada e destacou que tem 150 acusações “infundadas”. China, Rússia e Síria, entre outros países, votaram contra.

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As resoluções da Terceira Comissão não são vinculantes, mas passarão por uma votação na Assembleia Geral em dezembro, onde devem ser aprovadas.