A Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que a atual crise pode ser a pior dos últimos 70 anos no setor financeiro e o impacto sobre os países emergentes deverá ser maior do que se esperava.

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– Podemos estar vivendo a pior crise em décadas, segundo as projeções que estamos fazendo internamente. Não sabemos de nada parecido desde 1929. E o pior é que temos de reconhecer que não estamos ainda no fim dela – afirmou Supachai Panichpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio.

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Ex-ministro das Finanças da Tailândia, ele diz que a atual crise é “muito maior que tudo o que se viu nos anos 90, inclusive a crise asiática”.

– Essa é uma crise financeira que terá impacto em vários setores, inclusive no comércio, que deverá decrescer. Já não há mais dúvida de que a recessão chegará para muitos países. Alguns hesitam em admitir, mas já estão tecnicamente em recessão – insistiu Supachai.

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Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os 30 países que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo – o Brasil não faz parte da organização, prefere manter intocadas suas previsões de crescimento. Segundo o secretário-geral da entidade, Angel Gurria, o sistema financeiro internacional pode se recuperar a partir do segundo semestre de 2009. Para 2010, é possível até prever um crescimento de 3% para os países ricos.

Uma das preocupações é que a crise comece a atingir o crescimento dos países emergentes, até agora relativamente isolados da turbulência surgida nos países ricos. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), em números apresentados ontem à ONU, confirma desaceleração no crescimento latino-americano. Mas ainda indica que a taxa será mais elevada do que a média do crescimento histórico da região nos anos 80 e 90.