Uma nova trégua entrou em vigor no Iêmen nesta segunda-feira, apesar de alguns “ataques dos rebeldes” xiitas pró-Irã, afirmou à AFP o comandante do Estado-Maior das forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi.
Continua depois da publicidade
A ONU aposta na consolidação da trégua para tentar alcançar uma solução política ao conflito que desestabiliza a região, uma crise que tem como pano de fundo a rivalidade entre Arábia Saudita e Irã.
Aplicado desde meia-noite, o cessar-fogo era respeitado de maneira geral, apesar de alguns “ataques dos rebeldes xiitas” pró-Irã, afirmou à AFP o general Mohamed Ali al-Makdashi.
As violações são “menores”, afirmou o porta-voz da coalizão liderada pela Arábia Saudí, Ahmed Assiri.
“É a primeira vez e temos que dar uma prova de paciência”, completou à AFP.
Continua depois da publicidade
Mas de acordo com Al-Makdashi, os rebeldes “violaram” a trégua em várias frentes desde a meia-noite, especialmente em Taez (sudoeste), em Marib, ao leste da capital Sanaa, e na província de Jawf, mais ao norte.
Os rebeldes, assim como as forças governamentais e a coalizão dirigida por Riad, anunciaram claramente que aceitavam o cessar-fogo e se comprometiam a respeitar o mesmo.
A capital iemenita, Sanaa, sob controle dos rebeldes huthis pró-Irã, não foi atingida no domingo por novos bombardeios da coalizão.
De acordo com a ONU, o conflito no Iêmen deixou 6.300 mortos em um ano, metade deles civis, e 30.000 feridos, além de 2,4 milhões de deslocados.
Continua depois da publicidade
A comunidade internacional também está preocupada com a influência cada vez maior dos grupos jihadistas, como Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI), no país, o mais pobre da Península Arábica, onde se calcula que 80% da população precisa de ajuda humanitária.
o Iêmen vive em um cenário de caos desde o avanço dos huthis, rebeldes da importante minoria xiita zaidita, concentrada sobretudo no norte do país.
Os huthis, aliados a unidades do exército que permanecem leais ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh, entraram em Sanaa em setembro de 2014.
Seis meses depois, uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita apoiou o governo iemenita reconhecido pela comunidade internacional e presidido por Abd Rabbo Mansour Hadi.
Continua depois da publicidade
O enviado especial da ONU, Ismail Uld Sheikh Ahmed, elogiou a trégua e fez um apelo a todas as partes e à comunidade internacional para que “permaneçam firmes no apoio ao fim das hostilidades”.
“Este cessar-fogo é fundamental, urgente e muito necessário. O Iêmen não pode permitir a perda de mais vidas”, completou.
Para o diplomata, este é um “primeiro passo no retorno do Iêmen à paz”, antes da retomada das conversações de paz em 18 de abril no Kuwait entre o governo e a aliança huthis-Saleh.
* AFP