Os países da ONU, exceto Estados Unidos, aprovaram nesta sexta-feira (13) a criação de um pacto mundial não vinculante sobre as migrações, reforçando sua unidade sobre um tema que divide a Europa e opõe Washington e América Latina.
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“Os migrantes são um motor extraordinário de crescimento”, apontou o secretário-geral da ONU, António Guterres, ao celebrar o novo “pacto mundial por uma migração segura, ordenada e regulada”.
O acordo não é “vinculante, mas é um passo sem precedentes para aumentar a cooperação internacional”, acrescentou.
Lideradas pelos embaixadores suíço, Jurg Lauber, e mexicano, Juan José Gómez Camacho, as negociações de estenderam por 18 meses.
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O pacto será respaldado formalmente em uma conferência internacional prevista para meados de dezembro no Marrocos.
O documento remarca uma série de princípios – defesa dos direitos humanos, direitos das crianças, reconhecimento da soberania nacional – e compreende um catálogo de medidas para ajudar os países a fazer frente à migração: melhorar as informação, ações para integrar melhor os migrantes, intercâmbio de experiências…
“O pacto mundial não vai impor nada a ninguém, mas oferece soluções”, resume Gómez Camacho.
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“Não temos opção de aceitar ou rejeitar a migração, ela está aí, no mundo todo”, disse à imprensa o presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajcak, na abertura das negociações.
“Podemos fechar os olhos, dizer que nos preocuparemos com isso amanhã, que ficará para outra geração, durante outra crise, ou agir, planejar, organizar um sistema e responder a um fenômeno global por uma solução global”, acrescentou.
De acordo com Guterres, 60.000 migrantes morreram desde 2000 no mar, no deserto ou em outros lugares, o que torna impossível continuar de braços cruzados.
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O documento de 25 páginas tem como objetivo “aumentar a cooperação em matéria de migração internacional em todas as suas dimensões” e combater o tráfico de pessoas, como foi registrado na Líbia.
* AFP