Os ônibus voltaram a circular a partir das 6h desta terça-feira na Grande Florianópolis. Em razão dos ataques ocorridos na região, nenhuma linha do transporte coletivo urbano funcionou nesta madrugada. Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana da Capital, nesta segunda-feira os veículos deixaram de sair dos terminais à meia-noite.

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::Novos ataques são registrados nesta terça-feira em SC

As viagens noturnas e as que são consideradas de maior risco pela polícia passaram a ser escoltadas por viaturas. O acompanhamento começou às 20h desta segunda-feira. Por motivos de segurança, as linhas que escoltadas pela PM não foram divulgadas com antecedência.

Após cinco ônibus serem incendiados na região entre sexta e domingo, empresas e poder público passaram a tarde de segunda-feira reunidos para avaliar o cenário e discutir possíveis riscos para veículos, passageiros e trabalhadores. Durante esta terça-feira devem ser realizadas novas reuniões entre prefeitura, polícia e poder público para decidir se as linhas noturnas deverão ser interrompidas novamente.

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Ônibus não rodaram na madrugada desta segunda

Entre domingo e segunda-feira, os “madrugadões” deixaram de rodar nas cidades da região. Por medidas de segurança, os veículos das empresas Estrela-Insular e Biguaçu-Emflotur começar a rodar apenas depois do amanhecer, por volta das 7h. As demais empresas operam normalmente desde os primeiros horários.

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A decisão de retirar os ônibus de circulação durante a madrugada de terça-feira foi tomada em reunião entre o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf), a Secretaria de Mobilidade Urbana de Florianópolis, o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) e a Polícia Militar.

Atentados a ônibus deixam segurança em alerta

Ônibus da Grande Florianópolis estão sendo escoltados desde domingo. A tenente-coronel Claudete Lemkuhl, da Polícia Militar, disse que as linhas que são consideradas de maior risco estão sendo acompanhadas por policiamento velado ou ostensivo para coibir novos ataques.

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Desde sexta-feira pelo menos 10 ocorrências ligadas a atentados e assaltos aconteceram na região. Cinco ônibus foram incendiados em Florianópolis, Palhoça e São José. A base da Polícia Militar, o pátio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a casa de dois policiais militares e um posto de gasolina também foram alvo de atentados durante o fim de semana. A polícia ainda não confirma se os casos estão relacionados.

Nesta segunda-feira, o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo (Sintraturb) também divulgou uma nota em redes sociais, orientando passageiros a evitarem linhas após as 18h30min e antes das 6h15min até que a situação seja normalizada. A nota ainda pede que funcionários do transporte “não reajam nem tentem deter essas ações” e que “apenas saiam dos veículos, que não valem a vida de ninguém”.

Ordem de organização criminosa pode ter motivado ataques

Os policiais trabalham com a informação de que houve um “salve-geral” promovido pela organização criminosa que age de dentro e fora das cadeias. A expressão usada pelas organizações significa uma ordem para cometer atentados contra policiais, bases policiais ou incendiar ônibus.

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Ainda não se sabe as motivações dos ataques. Uma das causas pode estar relacionada à própria atividade de repressão policial cada vez mais intensa, por exemplo, no Morro do Horácio, região de onde são os dois autores de um ataque à base da PM na Capital, nesta segunda-feira.

– Estamos há duas semanas sufocando o tráfico de drogas no Horácio e pode ser, sim, uma represália à polícia – disse o tenente-coronel Araújo Gomes, comandante do 4º Batalhão da PM, na Capital.