Os ônibus do transporte coletivo de Blumenau voltaram a circular normalmente no começo da tarde desta quarta-feira (26), após a paralisação parcial dos funcionários da Blumob, empresa responsável pelo serviço na cidade. A mobilização começou às 4h30min desta quarta e terminou por volta das 14h, quando os trabalhadores retornaram às atividades após uma reunião feita entre eles.
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Segundo a Secretaria de Trânsito e Transportes (Seterb), os corredores de ônibus seguem liberados para os veículos até as 20h. As faixas exclusivas para ônibus foram disponibilizadas aos motoristas no começo da manhã, como forma de diminuir os gargalos no trânsito. A única via não liberada é a 2 de Setembro, no bairro Itoupava Norte.
A paralisação afetou a rotina de diversos moradores. Pela manhã, no horário de pico, os ônibus que comumente saem lotados do Terminal Aterro, partiram ainda mais cheios. Muitos não conseguiram entrar no coletivo e tiveram de esperar o próximo, sem saber, ao certo, a hora que o seguinte chegaria. Os passageiros que passaram pelo terminal do bairro Salto do Norte foram os que mais sentiram o impacto da mobilização.
Por nota, o Sindetranscol, sindicato dos trabalhadores, informou que "o protesto cumpriu seu objetivo e os trabalhadores continuarão mobilizados". Ainda conforme a instituição, não houve novo diálogo com a Blumob. O sindicato chegou a cogitar continuar a paralisação até o fim do dia, algo que não se concretizou.
Segundo a empresa, o protesto afetou de 25 a 30 ônibus.
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Negociação sem fim
A negociação chegou a ser feita com mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). No fim de novembro, motoristas e cobradores aprovaram em assembleia os termos apresentados no TRT pelo desembargador Roberto Luiz Guglielmetto.
O acordo previa reajuste de 2,55% no salário e no vale-alimentação, índice que corresponde à inflação dos últimos 12 meses segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — esse percentual já foi repassado às folhas de pagamento dos profissionais.
Dessa forma, a categoria abriu mão de pedir os 5% de aumento real que eram reivindicados antes de a negociação avançar para o tribunal. Em contrapartida, aceitou a proposta que previa a manutenção das cláusulas sociais da atual convenção coletiva de motoristas e cobradores e a implantação de um Plano de Participação nos Resultados (PPR), um benefício novo na realidade local, mas que já existe em sistemas como o de Florianópolis.
As conversas no tribunal, no entanto, não avançaram. O Sindetranscol alega que a empresa recusou a proposta. Segundo o sindicato, os pontos que têm gerado mais dificuldade seriam o aumento real ou a criação do PPR, o aumento real no vale-alimentação, a mudança na nomenclatura da classe de cobrador para agente de bordo e a alteração da data-base de novembro para setembro.
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