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A Associação dos Amigos do Rio Uruguai (AARU), em Águas de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, denuncia a empresa Foz do Chapecó Energia pelo enchimento do lago sem a retirada das árvores.

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A empresa recebeu no dia 25 de agosto a licença de operação para a Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó. A liberação foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com autorização do Ibama. Quinze dias após o fechamento das comportas, o nível do rio já subiu 36 metros.

Segundo a ONG, esta medida pode contaminar a água e prejudicar a reprodução dos peixes. Para o biólogo Gerson Campos, o excesso de árvores submersas comprometem a qualidade da água.

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– O oxigênio vai agir na decomposição das árvores e, consequentemente, vai faltar para os peixes – explica.

Segundo a representante da AARU, Claidi Todescatt, a ONG denunciou a empresa ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) antes da liberação do enchimento do lago, mas ainda não recebeu uma resposta.

– Agora, não tem mais nada o que fazer, esse material orgânico vai causar um impacto na proliferação dos microorganismos e não tem mais como retirá-los da água – argumenta.

A água do lago deve subir mais cinco metros até o final do mês, chegando aos 40 metros necessários para a produção de energia da hidrelétrica.

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De acordo com a Foz de Chapecó, a área mínima exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi cumprida, ou seja, 700 hectares foram desmatados em uma extensão de 80 quilômetros. A empresa também alega que as árvores deixadas são importantes para a qualidade da água.

Ibama diz que empresa cumpre o Plano Ambiental

O Ibama informou que o Plano Básico Ambiental está sendo cumprido pela empresa até o momento e que a supressão da vegetação foi devidamente executada conforme estabelecido. Foram retirados 40% das árvores de médio porte e 60% das de grande porte.

Esta semana, a empresa começa os primeiros testes da unidade geradora e, no dia 10 de outubro, a previsão é que a hidrelétrica comece a produzir energia.