Criado há três anos por estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o aplicativo Onde Fui Roubado tornou-se um aliado das polícias e dos usuários. Ainda pouco difundido em Santa Catarina, o programa permite que uma vítima de assalto ou furto possa cadastrar o que crime em que foi alvo. Assim, o mapa mostra a quem acessá-lo qual região está registrando mais ocorrências em um formato colaborativo em prol da segurança pública.

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Ele está disponível nos sistemas Apple Store e no Google Play, além de ser acessível pelo computador. As denúncias são anônimas. Não é preciso fazer cadastro para registrar os crimes, mas o sistema tem controles que evitam crimes falsos. Cada usuário pode fazer três denúncias por semana e os envios são moderados pela equipe que administra o modelo. É possível denunciar os furtos e roubos de diversos tipos de objeto. Há ocorrências envolvendo celulares, relógio, bolsas, mochilas, veículos, entre outros.

Conheça a campanha Segurança SC – Essa causa é nossa

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Com os registros feitos, as estatísticas apresentam número importantes para o trabalho das forças de segurança. Desde o começo do aplicativo, em Florianópolis, por exemplo, 674 crimes foram cadastrados. A maioria foram furtos e o bairro campeão de denúncia foi o Centro.

Acesse o site do aplicativo

Os criadores do projeto, Fernando Sandes, Filipe Norton e Marcio Vicente lançaram a ideia em um concurso de inovação na Bahia. Segundo Sandes, a opção por tratar de crimes se deu pela importância do tema segurança pública no Brasil. Com um sistema ainda em evolução, o programa passou a ganhar corpo quando foi divulgado pela imprensa baiana. Desde lá, consolidou-se em outros Estados. Hoje, 30% das contribuições vêm de São Paulo.

O principal objetivo, conforme Sandes, é disponibilizar a informação às pessoas para que elas saibam os locais onde estão mais perigosos. Ele exemplifica as divulgações de dados das polícias, em que os números apresentados são fechados e não especificação da localização dos crimes:

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— O nosso principal objetivo é o retorno para a sociedade. A gente viu que informação sobre segurança é importante e não é repassada, não existe transparência dos órgãos de segurança.

Sandes reforça ainda que o registro no aplicativo não impede o boletim de ocorrência na Polícia Civil. Pelo contrário, segundo ele, o aplicativo reforça essa necessidade. O programa ainda tem um dispositivo em que o usuário deve responder se registrou ou não o boletim policial. A partir dessa semana o aplicativo também pode ser acessado no site do Diário Catarinense em uma parceria com a campanha Segurança SC – Essa causa é nossa.

“A inteligência policial pode e deve fazer uma varredura nessas informações”

O especialista em segurança pública Eugênio Moretzsohn afirma que aplicativos com o Onde Fui roubado vão substituir os serviços hoje burocráticos. Ele afirma ainda que as polícias devem acompanhar esses sistemas para o combate à criminalidade. Leia abaixo:

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Como um aplicativo desse pode ajudar no combate à criminalidade?

As soluções de aplicativos substituirão muitos serviços, inclusive os da burocracia estatal, ainda necessários. Se todos os cidadãos vítimas de violência lançarem, com responsabilidade e oportunidade, informações verídicas no aplicativo, ele representará um autêntico “mapa do crime”.

A polícia pode se usar desse tipo de programa para suas ações?

A Inteligência Policial pode e deve fazer uma varredura nessas informações, a fim de coletar dados úteis para suas estatísticas, tão importantes para subsidiar as ações operacionais. Imagine o quanto as autoridades policiais podem se beneficiar se, a cada vez que um cidadão for vítima de uma ocorrência de segurança, o georreferenciamento do fato for atualizado logo em seguida? O mapeamento das ocorrências será muito mais ágil. Entretanto, medidas acauteladoras precisam ser tomadas, pois, o ambiente virtual aceita quase tudo, e informações inverídicas podem confundir a polícia.

Registrar no aplicativo o crime em que foi vítima exime a pessoa de registrar o BO?

Ainda não, mas, esta pode vir a ser uma tendência. Hoje, por exemplo, já é possível registrar algumas ocorrências pela internet (denúncias, extravio de documentos e ameaça, por exemplo). Para que a modalidade eletrônica venha a ser aceita, inclusive judicialmente, nossa sociedade – e nossas leis – necessitam evoluir muito, principalmente quanto ao nível educacional e ao sentido de cidadania da população. As eleições estão aí – boa oportunidade para provocar essas mudanças.

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Escolhido em votação pelos catarinenses, o tema segurança será prioritário em 2016. Durante todo o ano, acompanharemos indicadores criados junto com especialistas na campanha Segurança SC – Essa Causa é Nossa. Você também pode participar desse movimento! Clique na imagem abaixo, acesse o site da campanha e saiba como. Em redes sociais, utilize a hashtag #SegurancaSC e compartilhe sua história sobre o tema.