Durante as investigações sobre o plano de atentado contra o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a Polícia Federal identificou que os militares chegaram a colocar em prática parte do planejamento. No dia 15 de dezembro de 2022, agentes foram posicionados perto do STF e da casa de Moraes, na intenção de matar o ministro.

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Naquele dia, Moraes participou de uma votação sobre o orçamento secreto no STF. Porém, o julgamento foi suspenso e terminou antes do previsto. O placar estava 5 a 4 e Moraes já havia votado.

Os militares das Forças Especiais do Exército envolvidos no plano monitoravam o julgamento através da imprensa. O plano de matar o ministro do STF foi abortado de última hora, quando agentes já estariam posicionados em locais estratégicos, utilizando técnicas avançadas do treinamento militar.

A ação foi cancelada pela sessão ter sido encerrada mais cedo do que estava previsto. Naquela data, o ministro autorizou uma megaoperação contra atos antidemocráticos. No período, grupos contestavam o resultado das eleições em frente a quartéis, ações que resultaram nos atos de 8 de janeiro.

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O presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckimin também eram mencionados no plano de execução no dia 15 de dezembro. Entre as “estratégias” pensadas estavam envenenar ou usar químicos, afirma a PF.

“Para execução do presidente Lula, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, aponta a investigação.

Naquela data, Lula estava em São Paulo, onde compareceu a dois eventos. Ele esteve no Natal dos catadores, no centro da capital paulista, e depois em um churrasco no Instituto Lula, na zona sul da cidade

Já Alckmin estava em Brasília no evento Pacto pela Aprendizagem. Na ocasião, ele defendeu a aprovação da PEC da Transição, que foi promulgada dias depois.

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Operação investiga plano de golpe e execução

A tentativa de golpe que envolvia a morte dos políticos e autoridades foi desvendada durante a Operação Contragolpe, que prendeu preventivamente cinco pessoas. O planejamento teria “características terroristas”, segundo os investigadores.

O plano tinha detalhes das tropas, veículos e armamentos necessários para o ataque, além do itinerário e horário do alvo por Brasília, e de prever possíveis “danos colaterais” da ação, classificados em “passíveis e aceitáveis”.

O relatório da Polícia Federal traz informações que basearam a operação que foi deflagrada nesta terça-feira (19) contra quatro militares do Exército e um policial federal. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

*Com informações de Uol e g1

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