A Capitania dos Portos de Pernambuco monitora o Arquipélago de Fernando de Noronha devido às ondas gigantes que atingem a região desde segunda-feira. O Porto de Santo Antônio foi interditado depois de ondas de 5 metros terem afundado, na noite de segunda-feira, cinco barcos que estavam ancorados no local, longe da costa. A praia do porto amanheceu com alguns pedaços das embarcações que naufragaram. As fortes ondas, provocadas por um fenômeno chamado swell, também inundaram bares e barracas da praia, destruindo utensílios, como geladeiras.

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Os danos foram unicamente materiais e ninguém ficou ferido, de acordo com o administrador-geral da ilha, Romeu Neves Baptista.

– As ondas atingiram mais de 5 metros, chegando a cobrir o molhe – relatou.

Comparado a “um pequeno tsunami” pelo engenheiro de pesca Leo Veras, que testemunhou o episódio, o swell é uma incidência característica da região, ocorrendo no período de novembro a março. Nem sempre surge com rigor.

– Nos últimos três anos, sua incidência foi fraca – afirmou o major Sidnei Cavalcanti, do Corpo de Bombeiros.

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Resultado da propagação da energia de uma grande tempestade oceânica em forma de ondas, este swell se originou de uma tempestade iniciada na Costa Leste dos Estados Unidos que se propagou para o Atlântico Sul. Além das cinco embarcações afundadas – a perda foi total -, outras três se soltaram com o agito do mar e foram recuperadas.

Outros dez barcos que estavam fora do mar, na faixa de areia, para conserto e manutenção, foram transferidos para a Praia do Sueste, do lado oposto da ilha – região não atingida pelas fortes ondas. A Praia do Sueste integra a área de preservação ambiental do Arquipélago de Fernando de Noronha e não pode receber embarcações.

Entenda o fenômeno:

O swell é uma série de ondas que não são geradas pelo vento e sim por tempestades longe da costa. No litoral brasileiro, o swell se forma no oeste, em alto-mar, por tempestades formadas em latitudes de 40 graus, acima ou abaixo da Linha do Equador.

Do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, o fenômeno é mais comum no inverno, originário do Atlântico Sul. Do Rio Grande do Norte até o Amazonas, a situação se inverte e o fenômeno se forma no Atlântico Norte, durante o verão, como ocorre agora em Fernando de Noronha. O fundo do mar atua como um “potencializador” do swell. Quanto mais acidentada a plataforma continental, mais altas as ondas.

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