Uma nova onda de violência no Iraque deixa, desde domingo, 72 mortos em uma série de atentados na capital, Bagdá, e em Basra. Os incidentes ressuscitam o fantasma da violência religiosa, que deixou dezenas de milhares de mortos após a invasão americana de 2003 no Iraque.

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Nesta segunda-feira, sete carros-bomba e um artefato explosivo causaram a morte de ao menos 11 pessoas e deixaram outras 102 feridas em vários locais da capital, segundo fontes médicas e ministeriais.

Além disso, dois carros-bomba explodiram na cidade portuária de Basra, de maioria xiita, provocando a morte de 13 pessoas e deixando 48 feridas, segundo o chefe de serviços médicos municipais, Riyad Abdelamir.

Em Samarra, ao norte da capital iraquiana, a explosão de outro veículo com explosivos matou dois milicianos anti-Al-Qaeda e feriu 12 pessoas.

Até o momento, esta nova série de ataques não foi reivindicada.

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Nas últimas semanas, muitos locais de culto sunitas e xiitas foram alvo de ataques, enquanto a tensão aumenta entre o governo de Nuri Al-Maliki, de confissão xiita, e os sunitas, que são minoria no país.

Desde o início do ano, 200 pessoas morreram a cada mês pelos atentados no país, e apenas em abril foram registradas 460 vítimas fatais, segundo um balanço da AFP. Em 2006-2007, os anos mais violentos no Iraque, mais de mil pessoas morriam por mês.

Primeiro ministro revê política de segurança

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, anunciou nesta segunda-feira uma mudança iminente em sua política de segurança, no momento em que o país sofre uma nova onda de ataques que deixou 72 mortos desde a noite de domingo.

– Estamos perto de substituir centenas de pessoas encarregadas da segurança, de nível alto e intermediário, e de mudar a estratégia de segurança – disse Maliki em uma coletiva de imprensa organizada em um antigo palácio de Saddam Hussein.

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Maliki anunciou que seriam tomadas decisões neste sentido na terça-feira no conselho de ministros.

O primeiro-ministro xiita, muito criticado pela minoria sunita, que se sente estigmatizada, e por alguns sócios de sua coalizão, quis passar a imagem de um governo unido.

Flanqueado por pesos-pesados de seu governo, incluindo os ministros da Defesa e da Justiça e por seus dois vice-primeiros-ministros, Maliki assegurou ao povo iraquiano que (os insurgentes) não voltarão a mergulhar o país em um conflito religioso, como o registrado em 2006 e 2007.