Do Iraque a ONU, passando por Angela Merkel e diplomatas americanos, a onda de críticas se espalhava nesta segunda-feira (30) contra o decreto anti-imigração do presidente americano, Donald Trump, que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de população predominantemente muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen).

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– IRAQUE: O Ministério das Relações Exteriores pediu que os Estados Unidos reconsiderem sua decisão, chamando-a de “errônea”.

O ministro Ibrahim al-Jaafari, que pediu uma revisão do decreto, confirmou seu “compromisso com a melhoria das relações entre Bagdá e Washington”.

Os deputados votaram uma moção, exigindo que o governo aplique a reciprocidade, se Washington não recuar em sua decisão. Até agora, apenas um país – o Irã – decidiu implementar tal medida.

– IÊMEN: O governo disse estar “descontente” com o decreto, afirmando que incentiva o “extremismo”.

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“A única maneira de vencer a luta contra o terrorismo é através do diálogo, e não por meio da construção de barreiras”, declarou o Ministério das Relações Exteriores.

– SOMÁLIA, SÍRIA, LÍBIA: não reagiram.

– FRANÇA: Em visita ao Irã, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, disse que espera o cancelamento do decreto.

“Acho que seria de bom senso” cancelar essa decisão, afirmou, denunciando uma situação “inaceitável e muito prejudicial para as pessoas em questão”.

– ESTADOS UNIDOS: Vários diplomatas americanos protestaram oficialmente contra o decreto, usando um “canal” oficial da “dissidência”, informou o Departamento de Estado americano, sem dar detalhes sobre o conteúdo desse texto e sem informar o número de diplomatas que assinaram o texto.

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– ALEMANHA: A chanceler Angela Merkel denunciou o caráter antimuçulmano do decreto. “A luta necessária contra o terrorismo não justifica de forma alguma generalizar a suspeita contra pessoas com base em sua crença, na ocorrência aqui de pessoas de fé muçulmana, ou de acordo com sua origem”, declarou.

– ISRAEL: O Estado hebreu disse que procurava esclarecer, se o decreto se aplica aos milhares de judeus israelenses nascidos em países do Oriente Médio.

– NAÇÕES UNIDAS: Por ocasião da 28ª cúpula da União Africana na Etiópia, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou o fechamento de muitas fronteiras.

Já o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o jordaniano Zeid Ra’ad Al Hussein, denunciou o decreto como contrário aos direitos humanos.

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– ORGANIZAÇÃO DA COOPERAÇÃO ISLÂMICA (OCI): Com 57 Estados-membros, a organização acredita em que esse decreto reforça o “extremismo” e o “terrorismo”. A OCI convidou o novo governo americano a “reconsiderar” sua decisão.

– UNIÃO EUROPEIA: A Comissão Europeia disse que vai garantir que nenhum de seus cidadãos seja vítima de discriminação no âmbito do decreto.

– LUXEMBURGO: o primeiro-ministro Xavier Bettel considerou que o decreto era “contrário aos nossos valores, que são baseados na solidariedade, liberdade, respeito e paz”.

– ITÁLIA: o ministro das Relações Exteriores Angelino Alfano afirmou que a União Europeia, com suas próprias paredes, não está em posição de julgar o decreto. A Europa “não está bem colocada para aconselhar sobre as escolhas dos outros. Ou será que queremos esquecer que a Europa também está construindo muros?”, alfinetou.

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– ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE TRANSPORTE AÉREO (IATA): O órgão pediu ao governo dos EUA que esclareça rapidamente suas medidas anti-imigração, a fim de acabar com a “confusão” causada às companhias aéreas e aos viajantes.

No domingo, muitos outros países criticaram as novas restrições americanas, incluindo Sudão, Irã, Canadá, Indonésia, Bélgica, Suécia, Grã-Bretanha, Holanda e Suíça.

bur-cmk/tp/mr/tt