Do Iraque à ONU, passando por Angela Merkel e diplomatas americanos, a onda de críticas se espalhava nesta segunda-feira contra o decreto anti-imigração do presidente americano, Donald Trump, que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de população predominantemente muçulmana — Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

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IRAQUE: O Ministério das Relações Exteriores pediu que os Estados Unidos reconsiderem sua decisão, chamando-a de “errônea”.

O ministro Ibrahim al-Jaafari, que pediu uma revisão do decreto, confirmou seu “compromisso com a melhoria das relações entre Bagdá e Washington”.

Os deputados votaram uma moção exigindo que o governo aplique a reciprocidade se Washington não recuar em sua decisão. Até agora, apenas um país — o Irã — decidiu implementar tal medida.

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IÊMEN: O governo disse estar “descontente” com o decreto, afirmando que incentiva o “extremismo”.

“A única maneira de vencer a luta contra o terrorismo é através do diálogo, e não por meio da construção de barreiras”, declarou o Ministério das Relações Exteriores.

SOMÁLIA, SÍRIA, LÍBIA: não reagiram.

ISRAEL: O Estado hebreu disse que procurava esclarecer se o decreto se aplica aos milhares de judeus israelenses nascidos em países do Oriente Médio.

ESTADOS UNIDOS: Vários diplomatas americanos protestaram oficialmente contra o decreto, usando um “canal oficial da dissidência”, informou o Departamento de Estado americano, sem dar detalhes sobre o conteúdo desse texto e sem informar o número de diplomatas que assinaram o texto.

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FRANÇA: Em visita ao Irã, o ministro das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, disse que espera o cancelamento do decreto.

— Acho que seria de bom senso cancelar essa decisão — afirmou, denunciando uma situação “inaceitável e muito prejudicial para as pessoas em questão”.

ALEMANHA: A chanceler Angela Merkel denunciou o caráter antimuçulmano do decreto.

— A luta necessária contra o terrorismo não justifica, de forma alguma, generalizar a suspeita contra pessoas com base em sua crença, na ocorrência aqui de pessoas de fé muçulmana, ou de acordo com sua origem — declarou.

ITÁLIA: o ministro das Relações Exteriores Angelino Alfano afirmou que a União Europeia, com suas próprias paredes, não está em posição de julgar o decreto.

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— A Europa não está bem colocada para aconselhar sobre as escolhas dos outros. Ou será que queremos esquecer que a Europa também está construindo muros? — alfinetou.

UNIÃO EUROPEIA: A Comissão Europeia disse que vai garantir que nenhum de seus cidadãos seja vítima de discriminação no âmbito do decreto.

LUXEMBURGO: o primeiro-ministro Xavier Bettel considerou que o decreto era “contrário aos nossos valores, que são baseados na solidariedade, liberdade, respeito e paz”.

NAÇÕES UNIDAS: Por ocasião da 28ª cúpula da União Africana na Etiópia, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou o fechamento de muitas fronteiras.

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Já o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o jordaniano Zeid Ra’ad Al Hussein, denunciou o decreto como contrário aos direitos humanos.

ORGANIZAÇÃO DA COOPERAÇÃO ISLÂMICA (OCI): Com 57 Estados-membros, a organização acredita em que esse decreto reforça o “extremismo” e o “terrorismo”. A OCI convidou o novo governo americano a “reconsiderar” sua decisão.

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE TRANSPORTE AÉREO (IATA): O órgão pediu ao governo dos EUA que esclareça rapidamente suas medidas anti-imigração, a fim de acabar com a “confusão” causada às companhias aéreas e aos viajantes.

No domingo, muitos outros países criticaram as novas restrições americanas, incluindo Sudão, Irã, Canadá, Indonésia, Bélgica, Suécia, Grã-Bretanha, Holanda e Suíça.

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*AFP