O Rio Grande do Sul confirmou um caso de sarampo nessa quinta-feira (25), dois dias depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter emitido um alerta contra o avanço da doença em outros países. A enfermidade extremamente contagiosa e que ameaça principalmente crianças não ocorre em Santa Catarina desde 2020, quando um surto deixou 411 pessoas doentes. Não houve mortes na ocasião.

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O caso gaúcho recém-confirmado é de um menino de três anos que não estava vacinado e que chegou ao Estado em 27 de dezembro do ano passado, após vir de viagem do Paquistão. Ele passou a ter sintomas em 2 de janeiro e ficou internado até o último dia 15.

Ainda antes da confirmação da doença, o que veio a partir de exames laboratoriais, foi feito o bloqueio vacinal dos familiares, vizinhos e profissionais de saúde que atenderam a criança. Não foi identificado até aqui nenhum outro caso suspeito, segundo a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul.

OMS emite alerta contra o sarampo

Na ocasião em que manifestou preocupação contra o sarampo, na terça (23), a OMS destacou que países como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal emitiram alerta contra o aumento do número de casos. Destacou ainda que, na Argentina, um bebê de 19 meses morreu pela doença.

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“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus, se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, divulgou a entidade.

Santa Catarina teve surto da doença em 2020

Santa Catarina teve um último surto de sarampo entre 2019, quando houve 301 casos, e abril de 2020, ano em que foram registrados mais 110 episódios. A faixa etária mais atingida foi a de adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos (45% dos casos), seguida das pessoas com idade de 15 a 19 anos (28%), conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica catarinense (Dive-SC) divulgou à época.

A Dive-SC segue agora, em resposta aos alertas da OMS e do Rio Grande do Sul, recomendando a vacinação do grupo prioritário (principal forma de prevenção ao sarampo) e a busca ativa para atualizar a caderneta de imunização de quem não recebeu a dose, conforme comunicou ao NSC Total.

A vacinação contra o sarampo costuma ser feita a partir da tríplice viral. Uma primeira dose é aplicada em bebês aos 12 meses de vida. Já aos 15 meses, é administrada uma segunda dose. Pessoas de até 29 anos que nunca tenham sido imunizadas podem buscar centros de saúde para receber as duas doses.

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Pacientes com idade entre 30 e 59 anos que não tenham sido vacinados anteriormente são imunizados com uma dose. Já profissionais de saúde podem receber duas doses.

Entre janeiro e outubro de 2023, período com dados mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Saúde, a cobertura vacinal da primeira dose em Santa Catarina entre crianças de um ano era de 96,30%. Já a segunda dose tinha 72,79%. A meta para ambas era de ao menos 95%.

O Estado conta com um estoque de doses suficiente atualmente e iniciou, nesta sexta (26), uma rodada rotineira de distribuição dos imunizantes para as regionais de Saúde, o que seguirá até quinta-feira (1º).

O que é o sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte. Em países subdesenvolvidos com baixa cobertura vacinal, é uma das principais causas de mortalidade infantil.

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Os sintomas mais comuns da doença são manchas vermelhas no corpo (exantema) e febre alta (acima de 38,5°) acompanhada, segundo o Ministério da Saúde, de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido; e mal-estar intenso.

Após o surgimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade do sarampo, principalmente entre crianças infectadas que tenham menos de cinco anos.

A transmissão da doença ocorre quando o paciente infectado tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas, ainda segundo o Ministério da Saúde. Entre as complicações do sarampo, estão pneumonia, infecção no ouvido (otite média aguda), inflamação no cérebro (encefalite aguda) e morte.

A última vez em que Santa Catarina teve mortes pela enfermidade foi no ano de 1991, com seis ocorrências, conforme indica uma série histórica da Dive-SC.

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