Impedir a circulação de pessoas entre países, seja por via terrestre ou aérea, é ineficaz para conter a propagação da gripe suína. A afirmação é de Rubén Figueroa, gerente da Unidade Técnica de Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis da Organização Pan Americana da Saúde (Opas). Ele ressaltou que, além da medida não ser eficiente, gera grande prejuízo financeiro e político para os países.

Continua depois da publicidade

Confira gráfico com as regiões atingidas

Você ainda tem dúvidas sobre a doença? Mande sua questão.

Tire suas dúvidas sobre a gripe suína

– Não tem sentido, por exemplo, fechar vôos provenientes da Cidade do México e de Nova York se baseando que as pessoas são exatamente desses lugares. Elas podem ter permanecido um ou dois dias em outras cidades. A OMS (Organização Mundial de Saúde) não recomenda essa medida – disse Figueroa.

Continua depois da publicidade

A restrição de viagem, de acordo com OMS, é para pessoas que já estão em tratamento devido a outras doenças e, por isso, com uma imunidade menor para resistir aos sintomas da gripe suina.

Para as áreas afetadas, a recomendação da OMS é diagnosticar os casos o mais rápido possível e dar início ao tratamento, impedir que as pessoas afetadas saiam das áreas com o objetivo de evitar a propagação da doença e adotar medidas de distanciamento social, ou seja, evitar aglomerações. Essas medidas incluem cancelamento de aulas, eventos em locais fechados, evitar cinemas e estádios.

Figueroa ressaltou ainda que o alerta para a epidemia continua no nível quatro, em uma escala que vai até seis.

– Isso significa que a probabilidade de controle da doença nas áreas afetadas é quase nula – explicou.

Continua depois da publicidade

Segundo ele, a transmissão está ocorrendo somente entre seres humanos, apesar do nome da doença se referir aos suínos. Ele disse que o vírus da doenças é de uma cepa totalmente nova que surgiu da combinação de vários genes, entre eles dois que eram presentes nos suínos.

Por se tratar de um novo tipo, é impossível que o organismo humano tenha defesas. A OMS também informou que o tratamento com a medicação Tamiflu é eficiente, mas não serve como prevenção.

– Não se trata de uma vacina. Essa medicação é eficiente para conter os efeitos da doença se tomada nas primeiras 48 horas após o aparecimento dos sintomas. Depois, perde a eficácia – disse Figueroa, que também alertou para os riscos da auto-medicação.

Direto do México, o repórter Marcelo Gonzatto relata como o país está lidando com o surto de gripe suína e as atitudes das autoridade para combater a doença

Continua depois da publicidade