A Organização Mundial da Saúde (OMS) dá dois anos para que governos de todo o mundo estabeleçam planos para combater a resistência a antibióticos, fenômeno que se transformou em uma “ameaça global”. Doenças tratadas com relativa facilidade até há pouco tempo podem voltar a matar cerca de 10 milhões de pessoas até 2050 se nada for feito. Para tentar reverter a situação, um plano foi aprovado hoje pela agência de saúde da ONU.

Continua depois da publicidade

OMS classifica como “alarmante” situação criada pelo mau uso de antibióticos

OMS iguala cigarro eletrônico ao comum

Os dados apontam para um cenário alarmante: pelo menos sete bactérias diferentes – responsáveis por doenças como pneumonia, diarreia ou infecções sanguíneas – começam a ganhar resistência. Ao menos dois produtos usados até hoje não trazem mais efeitos em pelo menos metade da população, entre eles está o antibiótico usado contra infecções urinárias causadas pela bactéria E. Coli.

Continua depois da publicidade

Em 2013, a OMS calculou 480 mil novos casos de tuberculose em mais de cem países, devido à resistência aos remédios. No caso da malária, a entidade considera a resistência uma “preocupação urgente de saúde pública”, diante do impacto em regiões inteiras.

Pelo plano aprovado, os governos terão até 2017 para colocar o assunto como prioridade, apresentando o que foi feito à organização. O projeto ainda estabelece cinco objetivos: incrementar a conscientização e o conhecimento sobre a resistência, ampliar as pesquisas pelo setor privado, reduzir as incidências de infecção e otimizar o uso de remédios, principalmente antibióticos.

A OMS também insiste para que o projeto alcance não apenas a saúde humana, mas também a animal – principalmente em países com ampla produção de carnes, como é o caso do Brasil.

Continua depois da publicidade

Leia mais notícias sobre saúde

– Corremos o risco de estarmos agindo tarde – declara Sally Davies, conselheira médica do governo britânico, responsável por liderar os debates sobre o plano.

De acordo com a especialista, 25 mil pessoas já morrem de infecções causados por bactérias resistentes apenas na Europa. Jim O’Neill, ex-economista chefe do Goldman Sachs, chegou a produzir estudos que indicam que os custos de uma nova geração de bactérias poderiam ultrapassar a marca de US$ 60 trilhões em 40 anos.

*Agência Estado