Olimpíada do Conhecimento mobiliza estudantes de Joinville e região

Você não está enganado: as Olimpíadas acabaram em agosto. Agora em novembro, outro tipo de competição ganha destaque no Brasil, e logo mais no mundo todo. A Olimpíada do Conhecimento, que reúne estudantes de cursos profissionalizantes e técnicos (Senai e Senac) do País afora, começa nesta segunda-feira em São Paulo e contará com nove estudantes joinvilenses, três jaraguaenses e outros três de São Bento do Sul.

Eles disputarão com mais de 600 participantes em 54 categorias. Os melhores se consagram como vencedores e estarão habilitados para a competição mundial, a WorldSkills, na Alemanha, no ano que vem.

Ao longo de 2012, oito estudantes do Senai de Joinville e outra aluna do Senac se dedicaram ao extremo, dia e noite, em treinamentos para a Olimpíada. Tinham que criar soluções para problemas que podem surgir no dia a dia de um trabalho dentro da indústria.

Cada um deles teve o apoio de um professor e agora sonham em trazer uma medalha. A Olimpíada ocorre até 18 de novembro e tem a expectativa de receber mais de 250 mil visitantes no Anhembi (SP).

A etapa nacional não enche os olhos só por uma medalha, mas pela possibilidade da vaguinha na WorldSkills. No ano passado, um joinvilense fez bonito na competição em Londres. O técnico em informática Natã Barbosa venceu na categoria webdesign e trouxe uma medalha de ouro.

– Neste ano, não temos dúvidas de que vamos mandar bem novamente. Nossa instituição valoriza a competição e estamos indo como favoritos nas categorias que estamos concorrendo -, fala o professor Alexandre de Aviz.

– Para o currículo, é ótimo. Fazemos contatos, trocamos experiências. E é uma possibilidade para conhecer um novo país -, reconheceu o instrutor da equipe de robótica móvel, Andrei Rogger Belegante, que já participou da WorldSkills.

Ainda entre os oito alunos do Senai que participam da Olimpíada, dois deles vão participar de modalidades específicas. Thiago Arthur Cunha tem deficiência visual e vai concorrer por tecnologia da informação. Já Vanessa Carina Stadelhofer, que tem síndrome de down, busca a medalha em panificação.

Robótica Móvel

Em um tablado de madeira e sem calçados – apenas de meias – os estudantes Mayron Lucas Corrêa e Ronan Henrique de Medeiros, os dois com 19 anos, treinam, concentradíssimos, para a próxima segunda.

No chão, estavam dois robôs. Um para treino e outro que eles próprios desenvolveram, que não pode ser mostrado nesta reportagem para não dar aquele gostinho aos concorrentes.

– Estamos ansiosos. Mas estamos firmes. Estamos indo para ganhar -, afirmou Mayron.

A dupla treina todas as tardes, às vezes pela manhã e, em muitos outros casos, viram a noite no Senai.

Instalação e Manutanção de Redes

Se pudesse, de tanto treinar, Eduardo Augusto Klosowski, 20, poderia dormir em um colchãozinho no Senai de Joinville. Por sorte, sua categoria lhe possibilita estudar em casa, em frente a um notebook, pela noite. Durante a manhã, ele trabalha em uma empresa.

– Muitas empresas dão apoio e tempo para estudar para a Olimpíada. Porque a experiência que vamos trazer, vamos levar para lá -, observa o competidor.

Construção de Moldes

Marcelo Mores, 19, também é funcionário do Senai em Joinville e todo o tempo que pode, está nas oficinas da instituição treinando, trabalhando, se aperfeiçoando. E ele conta com uma ajuda de ouro.

Seu instrutor é Alan Fagundes, o primeiro medalhista de Joinville em uma WorldSkills (2005). O que ele espera? Seguir os passos do mentor.

– Espero voltar com uma medalha e vários motivos para comemorar -, disse.

Tornearia Cnc

Ficou na dúvida sobre esta categoria? Trata-se de uma atividade desenvolvida para fabricar peças cilíndricas, geralmente para a indústria automobilística. Heitor de Borba Amaral, 20, é expert no assunto e aprendeu a usar uma máquina que custa em torno de R$ 150 mil para participar da Olimpíada.

Heitor é aluno da faculdade e é funcionário do Senai. Ele dedica todo o período de seu trabalho para os treinos. A namorada não se incomoda com tanto empenho.

– Ela também trabalha no Senai, até pega no pé para pegar um treino mais pesado -, brinca o jovem.