O óleo derramado em setembro no litoral brasileiro não deve chegar a Santa Catarina, nem atingir as praias do Paraná ou mesmo de São Paulo. O coordenador operacional do grupo de acompanhamento e avaliação da Marinha, almirante Marcelo Francisco Campos, afirmou nesta quarta-feira (27) que as manchas não devem descer além de Cabo Frio, no litoral fluminense.
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Em entrevista ao Jornal da CBN 2ª edição, o almirante disse que o estudo do comportamento das correntes indica a dispersão do óleo em direção ao oceano a partir das praias do Rio de Janeiro:
Pelo conhecimento que temos das correntes, a tendência é que não chegue abaixo de Cabo Frio. Existe ali uma combinação de correntes que deve jogar o resquício desse óleo para o meio do Oceano Atlântico almirante Marcelo Francisco Campos
O grupo da Marinha trabalha no combate aos efeitos do derramamento de óleo desde 2 de setembro. Já foram atingidos 722 lugares, nos Estados do Nordeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O almirante considera a situação sob controle e diz que a quantidade de óleo tem diminuído.
— Verificamos que há uma redução da poluição. Hoje, nós verificamos mais vestígios, tanto que Estado do Rio de Janeiro nós tivemos a coleta de 330 gramas do óleo. Existe uma estabilização dentro desse acidente. A maior parte das praias atingidas hoje estão limpas, e a quantidade de óleo que vem aparecendo é pequena.
Ouça a entrevista do almirante Campos aos jornalistas Roberto Nonato e Rosana Jatobá:
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Investigação ainda não apontou de onde veio o óleo
A origem do derramamento ainda é incerta.
— Nós trabalhamos com todas as hipóteses. Consideramos a análise do tráfego marítimo, o estudo das correntes oceânicas, estamos analisando a substância encontrada, o estudo químico desse petróleo. Trabalhamos em paralelo com a Polícia Federal, que faz um inquérito criminal. Vários órgãos estão trabalhando em conjunto, inclusive estrangeiros, que nos auxiliam para decifrar quem foi o causador desse derramamento de óleo.
O governo anunciou ações para mitigar os danos ambientais, como a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas, que já está trabalhando nessa modelagem da dispersão do óleo.
— Ele é muito importante, porque muitas vezes nós trabalhamos apenas com a dispersão superficial, e esse óleo veio abaixo da superfície. Isso vai para propiciar, no futuro, que a gente conheça melhor essas correntes epossa trabalhar melhor essa questão. A Marinha também possui um sistema de gerenciamento da Amazônia Azul. Estamos integrado sistemas que já existem, como sensores, radares, satélites, para estabelecer uma vigilância mais rigorosa.
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