
As "Fridas" que aproveitam a Oktoberfest, em Blumenau, não desfrutam só do chope e da boa comida. Elas também aproveitam a festa para usar belos trajes típicos alemães. A peça favorita é o vestido, o "dirndl" em alemão, mas é claro que as demais não passam despercebidas.
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— O traje tradicional feminino envolve a blusa, o colete, a saia e o avental. Esse é o traje tradicional, no qual as peças mais elaboradas são o avental e colete, onde tem bordados e mais detalhes — esclarece Márcia Bronnemann, professora de moda da Universidade Regional de Blumenau (Furb).
Apesar disso, Márcia conta que muitas mulheres preferem os vestidos porque eles não saem do lugar enquanto elas se divertem:
— Você o coloca (o vestido) e fica a festa inteira basicamente com ele no mesmo local do corpo. Usa-se o vestido com uma blusa por baixo. Quando é uma saia com o colete, dependendo do corpo da pessoa, a saia muda de posição, o colete sai do lugar também. Então, causa um certo desconforto.
A arquiteta e secretária do grupo Kleine Kneipe (que participa dos desfiles da Oktoberfest), Vânia Denise Finta, 45 anos, conta que se apaixonou pelas vestimentas na primeira viagem que fez para a Alemanha, quando tinha 20 anos.
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— Lá, conheci festas tradicionais nos interiores de pequenas cidades. As pessoas que frequentavam as confraternizações usavam belos trajes típicos, como se fossem roupas do seu dia a dia. Era lindo — afirma.
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Conexão Blumenau-Europa
Nessa época, Vânia já ia às edições da Oktoberfest, mas diz que em Blumenau não era comum encontrar os visitantes vestidos de acordo com o clima do evento. Apenas os grupos de dança e as bandas usavam as roupas. Em 1997, ela voltou ao continente europeu, onde ficou por três anos e, como ela mesma fala, “o gosto por usar traje típico nas tradicionais festas pegou de vez!”.
— Meu primeiro traje eu ganhei da minha mãe, original da Alemanha. Retornando ao Brasil em 2000, no mesmo ano desfilei com meu traje na Oktoberfest no grupo de Blumenau. Foi um sucesso, pois trajes originais da Alemanha eram bem raros de se ver por aqui e eram estilos completamente diferentes — diz.
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À procura do vestido perfeito
Foi a procura do público por modelos diferenciados que despertou na estilista e empresária Olívia Carolina Carl Pereira, 27 anos, o interesse em começar a fabricar as roupas alemãs. Segundo ela, o vestido estampado de algodão com o avental de renda é bastante buscado pelas clientes.
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— Os trajes aqui em Blumenau eram muito focados em aviamento e eu queria os mais coloridos, tipo os da Alemanha, com florido, xadrez, e aqui tinha muito só dos pretos, vermelhos ou verdes com um monte de renda. Então, como eu estava na faculdade de moda, comecei a fazer e percebi que era uma demanda de mercado — explica a empresária.
A venda dos produtos acontece durante todo o ano. De acordo com Olívia, as encomendas começam em janeiro. Neste ano, por exemplo, em pleno setembro, ela cogita não aceitar mais pedidos por causa do grande volume de solicitações que já foram realizadas.
— Eu tenho várias alunas do curso de moda que trabalham o ano inteiro só com trajes típicos. Elas vendem para pessoas que vêm para cá e querem sob medida, querem chegar e ter o traje pronto. As pessoas da própria cidade que confeccionam se organizam com antecedência — assegura a professora.
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