O Ministério Público de SC denunciou oito pessoas por envolvimento em facilitação de fugas e entrada de drogas e celulares no Presídio de Joinville. O documento, entregue nesta terça ao gabinete do juiz Gustavo Aracheski, da 2ª Vara Criminal, é resultado da operação Agente Duplo realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
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Durante a operação, dois agentes prisionais, um vigilante terceirizado e uma mulher, parente de detentos, foram presos preventivamente. Outros três envolvidos no esquema já estavam detidos na unidade.
O oitavo acusado é um detento que, segundo a denúncia, teve a fuga facilitada pelo agente prisional Jeferson da Silva Pinto. Conforme o documento, em 29 de abril o carcereiro teria entrado com o carro particular nas dependências da unidade, facilitando a fuga do detento, que teria se escondido no porta-malas do veículo.
Em troca, o preso teria oferecido R$ 50 mil pela fuga. A propina não foi paga e o detento foi recapturado em São Paulo tempos depois.
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O mesmo agente prisional foi denunciado por facilitar a entrada de celulares, drogas e munições no presídio. A droga seria enviada por Deise Ferreira dos Santos, mulher do detento Joel Domingues e irmã do preso Moisés Ferreira dos Santos.
Para fazer o serviço, Jeferson recebia R$ 1 mil a cada quilo de droga e R$ 250 por celular. O MP constatou que, ao receber a droga, os detentos praticavam o tráfico na unidade prisional.
Os suspeitos foram presos em flagrante em 17 de julho, quando também foram apreendidos drogas, balanças de precisão, celulares e munição. No dia seguinte, o Departamento de Administração Prisional (Deap) fez apreensões de celulares, drogas e serras no pavilhão 5 – local onde os detentos envolvidos estavam presos – durante operação pente-fino.
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Uma semana depois, o Gaeco prendeu preventivamente o agente prisional Euclides Woitexen Neto e o vigia Márcio Mafra de Jesus, acusados de participar do planejamento para a fuga de detentos. A mulher dividiria a quantia de R$ 100 mil entre os dois carcereiros, o vigia e um detento.
O MP denuncia ainda Euclides por coagir um dos detentos com arma de fogo e ameaçar Jeferson com o objetivo de desestimular qualquer depoimento contra ele.