Oito ocupantes de cargos públicos, entre eles três prefeitos, foram afastados das atividades em razão da operação Fundo do Poço do Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC). A decisão saiu nesta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Os afastados dos cargos são os investigados Walter Kleber Kucher Junior, prefeito de Erval Velho; Lucimar Antônio Salmória, prefeito de Abdon Batista; Inês Terezinha Pegoraro Schons, prefeita de Celso Ramos; Fernando Mocelin, vice-prefeito de Abdon Batista; Valmor Pedro Bacca, vice-prefeito de Peritiba; Juvelino Varela, vereador e secretário de Assistência Social de Abdon Batista; André Jamir Turra, secretário de Agricultura de Piratuba e Adelio Spanholi, secretário de Turismo de Piratuba.

Os afastamentos foram determinados pelo desembargador José Trindade dos Santos, relator do processo, a pedido do MP/SC. O magistrado também proibiu aos afastados de entrarem nos órgãos públicos dos quais são vinculados.

Quadrilha interestadual

Continua depois da publicidade

A decisão do desembargador, a que o DC teve acesso, trata o caso como sendo de ação de quadrilha interestadual suspeita de fraudar licitações destinadas a perfuração de poços artesianos formada por empresários e agentes públicos.

No texto, consta que os investigados – são 46 pessoas – desviavam dinheiro público e distribuíam vantagens ilícitas em 17 cidades e dois órgãos estaduais.

Os contratos ilícitos feitos com empresas investigadas e o poder público ultrapassam R$ 4,5 milhões, conforme o MP/SC.

Continua depois da publicidade

Além de Santa Catarina, a investigação apurou que as fraudes atingem também cidades do Rio Grande do Sul e Paraná com o envolvimento de outros servidores públicos.

No pedido de afastamento, o MP/SC afirma que mesmo após a operação ser desencadeada sete dos principais réus continuavam exercendo funções de comando no setor público e representando perigosa ameaça ao erário.

“A sociedade brasileira, acima de qualquer interesse, ao eleger seus representantes políticos acredita sejam eles honestos, dignos de toda a confiança naqueles que se elegeram… entendo que, como agente da paz social e na certeza de encontrar a verdade real, a liminar é de ser deferida!”, observa o desembargador Trindade na decisão.

Continua depois da publicidade

Dois investigados são soltos

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina revogou na mesma determinação duas prisões preventivas: de Inês Terezinha Pegorara Schons, prefeita de Celso Ramos, e o marido dela, Vander Schons.

Na decisão desta quarta-feira não há nenhuma menção ao investigado e deputado estadual Romildo Titon (PMDB), atual vice-presidente da Assembleia. Titon é um dos 46 denunciados e nega envolvimento nas fraudes.