Enquanto muitas pessoas estão em isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus, equipes de saúde de Blumenau vão às ruas para frear outra doença: a dengue. Com oito casos confirmados em 2020 — no ano passado inteiro foram 13 — e a cidade infestada do mosquito transmissor da doença, o município reforça a preocupação quanto ao Aedes aegypti.
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As atenções da Secretaria de Saúde estão principalmente na Região Central de Blumenau. Isso porque boa parte dos 385 focos do mosquito estão em pontos como o entorno do Parque Vila Germânica. Bairros como Centro, Vila Nova, Victor Konder e Itoupava Seca são os que mais preocupam a Vigilância Epidemiológica.
O número de focos, inclusive, quadruplicou em comparação ao mesmo período do ano passado, quando nos primeiros três meses haviam sido encontrados 93 pontos com o Aedes. Essa infestação gera o alerta e reforça os cuidados de equipes de saúde.
Eleandra Casani, coordenadora do Programa de Combate à Dengue de Blumenau, destaca que os esforços em bairros mais afastados, como a Itoupavazinha, deram certo, e que a atenção agora precisa ser voltada àqueles que estão no entorno do Centro.
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— Há focos do mosquito principalmente em pontos como nas proximidades da Celesc (na Rua das Palmeiras) até os bombeiros (na Rua 7 de Setembro). Da Itoupava Seca, até a prolongamento da Humberto de Campos e em direção à Almirante Barroso, na Vila Nova. Temos as cidades no Litoral Norte infestadas, e a tendência é de que as pessoas que viajaram no verão tenham trazido o mosquito a esses bairros — argumenta Eleandra.
Hoje Blumenau é uma das 100 cidades de Santa Catarina que estão infestadas com o Aedes aegypti. A maior parte desses municípios fica no Oeste, principalmente no Extremo Oeste do Estado. No último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), eram 294 casos de dengue confirmados em SC — 166 autóctones, 97 importados, 14 indeterminados e 17 em investigação.
Apelo por limpeza durante quarentena
De acordo com a coordenadora das ações de combate à dengue em Blumenau, o município tem potencial para ter uma epidemia da doença caso ações não sejam tomadas pela população. A equação formada por número de focos e condição para que o mosquito se reproduza acende esse sinal de alerta na cidade.
— Pedimos para que as pessoas aproveitem o momento de quarentena para limpar pátios e não olhem só locais com água parrada, mas também aqueles que possam vir a acumular água. É para eliminar tudo. Com uma boa vistoria, o próprio morador já saberá os pontos em que precisa haver manutenção constantemente — apela Eleandra.
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E completa:
— O problema é que muitos não cuidam. Pegamos focos até em potes de água de animais, em folha de coqueiro, em ralos. As pessoas não estão dando a devida importância e para termos uma epidemia bastará uma pessoa ser infectada na área infestada. E não é só dengue. Tem a zika, chicungunha, febre amarela urbana — alerta.