Um tribunal de Istambul decretou na noite desta quarta-feira a libertação condicional de oito ativistas pró-direitos humanos, incluindo Idil Eser, diretora da ONG Anistia Internacional na Turquia, um cidadão alemão e outro sueco, informou um jornalista à AFP.
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O mesmo tribunal decidiu manter na prisão Taner Kiliç, presidente da Anistia Internacional na Turquia.
No total, onze ativistas compareceram ao tribunal por atividades “terroristas”, em um processo que gera preocupação entre a comunidade internacional.
Kiliç é julgado por “pertencer a uma organização terrorista armada”, e os demais por “ajuda a uma organização terrorista armada”. Se forem declarados culpados eles poderão pegar até 15 anos de prisão.
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Espera-se que os oito militantes sejam libertados nesta noite.
“Hoje celebramos o fato de que nossos amigos e colegas possam se reunir com suas famílias e dormir em suas próprias camas”, declarou em um comunicado o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, que lamentou que Kiliç continue na prisão.
O presidente da ONG na Turquia comparecerá na quinta-feira a Esmirna, no oeste do país, para responder a outra acusação por sua suposta participação na organização acusada de fomentar a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2016.
O tribunal não impôs nenhuma proibição de abandonar o território a Peter Steudtner, o cidadão alemão, nem a Ali Gharavi, o sueco, segundo um dos advogados de defesa.
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A Anistia considera “absurdas” e “infundadas” as acusações contra os ativistas e acredita que o julgamento pretende intimidar os militantes pró-direitos humanos na Turquia, em um contexto de erosão das liberdades desde a tentativa de golpe de Estado.
Após o golpe fracassado, as autoridades turcas têm perseguido maciçamente supostos apoiadores do pregador Fetulah Gülen, considerado por Ancara como seu instigador, mas também contra opositores e críticos do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Gülen, residente nos Estados Unidos, nega o envolvimento na tentativa de golpe.
* AFP