Queijos com azeite do oliva, doce de leite na bisnaga, iogurte de ovelha com mirtilo e até sorvete de iogurte de ovelha. Estes são alguns dos produtos expostos na Mercoláctea, feira do setor leiteiro que iniciou na quinta-feira e vai até domingo, no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó.

Continua depois da publicidade

Um dos expositores com mais novidades é a Associação Brasileira dos Criadores de Ovelhas Leiteiras (Abcol), com produtos dos três estados do Sul e de Minas Gerais. A Gran Palladare, de Chapecó, está com queijos de ovelha com maturação de seis meses a dois anos. Quanto mais tempo de maturação, mais picante o sabor, bons para saborear com vinhos. O Mundo da Ovelha Iobéé,d e Chapecó, está com uma linha de iogurte de leite de ovelha, com sabores diferentes, como mirtilo e fisális, frutas cultivadas em Itá. Há também o sorvete de iogurte de ovelha e lançamentos de queijos Borsin, temperados com azeitona e orégano, que podem ser utilizados em saladas, e Mascarpone, que é utilizado em restaurantes, inclusive acompanhado com filés.

A gerente da loja do Mundo da Ovelha Iobéé, Carmem Folle, disse que os derivados de leite de Ovelha tem boa aceitação por ter melhor digestibilidade e ser rico em proteínas. A indústria deve dobrar a produção, que está em 500 litros por mês, dentro de um ano.

O presidente da Abcol, Anderson Bianhi, destacou que o objetivo agora é ampliar o mercado nacional com os produtos de leite de ovelha. A utilização de embalagens de pequeno porte, com cerca de 100 gramas, aumentam o valor agregado e ficam mais acessíveis para o consumidor. -Eles podem não pagar R$ 50 por um quilo de queijo mas pagam R$ 5 por cem gramas- argumentou Bianchi.

Para o médico veterinário Clair Lorenzet, coordenador regional de Gestão de Negócios e Mercados da Epagri, o consumo de queijo vem crescendo e os consumidores vêm exigindo qualidade e produtos diferenciados.

Continua depois da publicidade

Por isso a Epagri vai buscar novamente consultores uruguaios para desenvolverem produtos diferenciados na região. Lorenzet disse que os pequenos laticínios, de 500 a 4,5 mil litros por dia, tem a vantagem de desenvolver produtos com sabores diferenciados das grandes indústrias, onde há várias misturas de leites. Lorenzet disse que, atualmente, os produtos das pequenas agroindústrias, denominados coloniais, já tem preço 20% superiores a similares das grandes indústrias, nos mercados de Chapecó. -Temos uma população que cresceu no interior e tem preferência por estes produtos- destacou.

Atualmente a Epagri dá consultoria para 30 pequenos laticínios no Oeste, com produção de seis mil toneladas de queijos por dia.

A Mercoláctea conta também com 800 animais em exposição e concurso leiteiro. Uma vaca, de propriedade do presidente da feira, Eron Baldissera, deu 26 litros na primeira de três ordenhas por dia. Ou seja, ela pode chegar próximo de 80 litros por dia. No ano passado a Cabanha Monte Alegre, de Baldissera, foi a vencedora do concurso leiteiro.

Ele utiliza alta tecnologia na produção, como um mapeamento genético feito nos Estados Unicos, a partir da coleta de pelos do rabo das vacas. O resultado indica 62 variáveis, como potencial de produção e longevidade.

Continua depois da publicidade

O presidente da Mercoláctea destacou que a região já produz 3,2 milhões de litros por dia, de um total de 4,5 milhões do Estado. E a tendência é de aumento pois há uma capacidade instalada para ampliar em 30% a produção.

MERCOLÁCTEA

Quando: 21 a 25 de maio

Onde: Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó

Ingresso: Gratuito

Animais: 1,3 mil

Expositores: 50

Previsão de visitantes: 12 mil

Previsão de negócios: R$ 85 milhões

Promoção: Núcleo dos Criadores de Bovinos de Chapecó e Região