Uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai ao Paraguai para avaliar a crise política no país e a condução do processo de impeachment de Fernando Lugo. O grupo será liderado pelo secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza. Insulza apresentará um relatório ao Conselho Permanente da OEA, formado por 35 nações, e a entidade deverá se posicionar sobre a situação do Paraguai.

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A data da viagem não foi anunciada. Será avaliada, ainda, a possibilidade de convocação de uma assembleia geral para tratar da crise no país. A ida de Insulza não teve apoio unânime dos membros da OEA, que se reuniram na terça-feira, por quase quatro horas, em uma sessão extraordinária em Washington para discutir o tema.

A Nicarágua, a Argentina e a Venezuela defenderam a suspensão do Paraguai do Conselho Permanente da OEA, alegando que Lugo foi julgado sumariamente pelos parlamentares e o direito de defesa do ex-presidente não foi respeitado plenamente. No último dia 22, a Câmara dos Deputados e o Senado do Paraguai aprovaram a destituição do ex-bispo católico, acusado de má gestão, em menos de 24 horas.

O vice, Federico Franco, assumiu o governo. Já o Brasil propôs que a OEA se posicionasse somente após reunião dos chefes de Estado da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para a próxima sexta-feira em Mendoza, na Argentina.

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Segundo o representante brasileiro no organismo internacional, Breno Dias da Costa, muitos integrantes da OEA ainda estão divididos sobre a legalidade do impeachment de Lugo e seria prudente aguardar o resultado do encontro da Unasul, bloco formado por 12 países.

– Não me parece lógico que essa organização tome uma decisão sem ouvir os países mais diretamente afetados pela situação no Paraguai – disse.

Na sessão, o representante do Paraguai na OEA, embaixador Bernardino Saguier, defendeu a legitimidade do novo governo de Federico Franco e acusou o Brasil, a Argentina e o Uruguai de se aliarem para prejudicar seu país. O representante brasileiro repudiou a acusação. O Mercosul decidiu suspender os paraguaios do bloco devido à forma e a rapidez com que o processo contra Lugo foi conduzido

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