A Odebrecht, que admitiu ter pago subornos em vários países para realizar obras públicas, está disposta a fazer um acordo com a Justiça do Peru – a exemplo do que ocorreu com os Estados Unidos – para prosseguir operando no país.

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“Baseados na experiência que tivemos em países como Estados Unidos, Brasil e Suíça, reconhecemos a importância do uso de mecanismos de cooperação com a Justiça, buscando reparar danos”, disse o novo representante da Odebrecht em Lima, Mauricio Cruz, em um comunicado a seus funcionários.

Nos acordos firmados com Estados Unidos e Suíça, a Odebrecht admitiu – entre outras coisas – ter pago 29 milhões de dólares em subornos para vencer licitações no Peru entre 2005 e 2014.

Segundo a Odebrecht, há 37 anos no Peru, sua disposição de colaborar com a Justiça tem como premissa “que a empresa se mantenha ativa, servindo a seus clientes privados e públicos”.

Na quarta-feira, o presidente do Conselho de Ministros do Peru, Fernando Zavala, anunciou mudanças na lei de licitações públicas no país para excluir a Odebrecht e outras empresas ligadas à corrupção.

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“Odebrecht e outras não vão poder participar de novas licitações enquanto permanecerem sanções por atos de corrupção, como neste caso que eles mesmos admitiram tais práticas”, declarou Zavala.

O ministério da Justiça anunciou na terça-feira a criação de um grupo especial para analisar as denúncias de subornos contra a Odebrecht no Peru entre 2005 e 2014.

A Odebrecht participou de cerca de 40 projetos no período investigado, envolvendo mais de 12 bilhões de dólares em gasto público, segundo o procurador anticorrupção Amado Enco.

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