A Odebrecht, que admitiu subornos em vários países para ganhar obras públicas, está negociando com a Procuradoria do Peru a entrega de informações e a devolução de dinheiro ganho de forma ilícita no país, informou nesta segunda-feira o ministério Público.
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“Estamos negociando com a empresa Odebrecht no Peru o acesso à informação valiosa e útil para acelerar nossa investigação e a entrega ao Estado peruano de um valor pecuniário por conta dos ganhos ilícitos no país”, disse à imprensa o procurador anticorrupção Hamilton Castro, chefe da equipe encarregada do caso.
O procurador não precisou o que a Odebrecht receberá em troca da colaboração.
Na última sexta-feira, a Odebrecht manifestou sua disposição de colaborar com a justiça peruana, tal como fez com os Estados Unidos, para poder seguir operando no país.
Castro disse que o valor obtido pela empresa de forma ilícita “tem que ser devolvido ao Estado peruano”.
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“Estamos negociando a entrega de um valor significativo em dinheiro vivo”.
O procurador Castro assinalou que o sistema de acordos e colaborações está dentro do esquema estratégico da investigação. “Por isto, não descartamos recorrer aos processos especiais ligados às colaborações, e é importante para a Procuradoria contar com a colaboração da própria empresa como pessoa jurídica visando a entrega de informação relevante para o caso”.
Castro explicou que o esquema criminoso da Odebrecht não tem precedente no país. “Não se trata do clássico suborno e entrega de dinheiro como estamos acostumados a verificar, e sim de um sistema altamente elaborado para não ser detectado…”.
O Procurador-Geral do Peru, Pablo Sánchez, informou na mesma coletiva que conversará com o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para estreitar os laços de cooperação internacional e o combate à corrupção.
A Odebrecht admitiu – segundo a Justiça dos Estados Unidos – o pagamento de 29 milhões de dólares a funcionários peruanos em troca de contratos para obras entre os anos de 2005 e 2014.
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A construtora participou de mais de 40 projetos no Peru no período investigado, os quais envolveram cerca de 12 bilhões de dólares em gastos públicos. Os fatos ocorreram durante os governos dos presidentes Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala.
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