Governos cairão em dominó. Essa é a previsão de quem acompanha a Lava-Jato de perto e conhece o potencial da delação premiada dos executivos da Odebrecht. São informações que não atingirão apenas o governo petista no nível federal e o esquema que assaltou a Petrobras. Ouça o comentário de Carolina Bahia:

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Contratos firmados com Estados, de diferentes partidos, também estão na mira, com grandes chances de aparecerem pagamentos de propina e superfaturamentos. As listas com nomes de políticos de variadas cores partidárias, resgatadas pela Polícia Federal, já dão uma ideia do alcance das relações da empreiteira com as legendas. É grande o peso nos financiamentos de campanhas e sem preconceitos.

Em especial a delação do ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht deve contribuir para que os investigadores completem o quebra-cabeça, atingindo o núcleo político. Quem prevê o clima de terra arrasada, espera desde informações que turbinem o impeachment da presidente Dilma a dados que derrubem lideranças da oposição.

O inevitável

Partidos grandes, como o PMDB, trabalham na renovação de seus quadros, prevendo que a Lava-Jato promoverá um corte por cima. Tradicionais políticos, aqueles acostumados a vencer na base de campanhas milionárias, poderão não resistir às denúncias.

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Vai que cola

Um dos ministérios mais importantes da Esplanada está sob o comando de um interino. Secretária-executiva, profissional de confiança de Jaques Wagner, a catarinense Eva Chiavon está à frente da Casa Civil. É um mandato tampão. A possibilidade de Lula assumir está praticamente descartada, mas vai que ainda cola.

Segurança

Quando determinou a prisão de Delcídio do Amaral, o ministro Teori Zavascki foi mocinho. Agora, que decidiu levar as investigações de Lula para o STF, é chamado de vilão por opositores ao governo. Relator da Lava-Jato, ele apenas cumpre com o ofício de magistrado. O lamentável é que tenha que reforçar a segurança em razão de ameaças.

Rodízio na PF

O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, já foi avisado que será substituído. O Ministério da Justiça e o Planalto só estão analisando a melhor estratégia para minimizar as reações. Delegados da PF encararam a mudança como uma intervenção.