O destino dos turistas que chegam a Santa Catarina está ganhando uma nova direção. Em vez das badaladas praias, muitas pessoas têm optado por descansar em hotéis fazenda localizados em diferentes regiões do Estado. Eles querem respirar o ar puro do campo e usufruir da tranquilidade do interior sem deixar de lado o conforto das grandes cidades.

Continua depois da publicidade

Conforme a diretora de políticas de Turismo, Cultura e Esporte do Estado, Elisa Santana de Liz, os meses de verão – dezembro, janeiro e fevereiro – deixaram de ser considerados de “baixa temporada” para o turismo rural de Santa Catarina.

– Os hotéis fazenda estão atentos às mudanças e oferecem cada vez mais opções de lazer para o visitante. São passeios a cavalo, de trator, áreas de pesca, prática do arvorismo, enfim, atividades que fascinam jovens e adultos – afirma.

Levantamento preliminar feito pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de SC confirma o avanço do setor. Segundo Elisa, há dois anos a taxa média de ocupação dos hotéis fazenda do Estado nos meses de verão foi de 50% a 60%. Neste ano, as reservas surpreenderam: para janeiro, por exemplo, muitos estabelecimentos estão com 100% de ocupação, percentual que se equipara apenas aos meses de junho e julho, quando há as férias escolares.

_ As pessoas estão buscando lugares alternativos para descansar e o turismo rural é uma tendência. Por isso, vamos ampliar as ações voltadas para o setor, organizar as famílias do campo, trabalhar melhor o receptivo e a capacitação, além de oferecer estradas de acesso de qualidade – ressalta.

Continua depois da publicidade

Opções não faltam para quem chega ao Estado. De acordo com a Santa Catarina Turismo (Santur) há mais de 60 pousadas e hotéis-fazenda espalhados por cerca de 30 municípios. Alguns lugares mantém a tradição nativa e valorizam a cultura campeira nos passeios programados. É o caso da Coxilha Rica Turismo Equestre, de Lages, que disponibiliza aos visitantes cavalgadas de dois a seis dias com preços diferenciados.

– Os passeios são programados com antecedência e, por incrível que pareça, recebemos mais turistas estrangeiros do que brasileiros. Vendemos pacotes em 25 países – diz Robério Biachini, proprietário do estabelecimento.

Na média, o passeio custa R$ 300 por dia para quem mora no Brasil. Estrangeiros pagam um pouco mais: 1.890 euros (cerca de 6,2 mil) por pacotes de seis dias que incluem traslado do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, até Lages, hospedagem e alimentação. Os visitantes percorrem cerca de 30 quilômetros por dia acompanhados de um guia e param em fazendas parceiras para descansar. Quem preferir pode fazer o trajeto motorizado.

– Em janeiro teremos um grupo de 14 pessoas que vem dos Estados Unidos, Bélgica, França, Inglaterra e Chile – afirma Biachini.

Continua depois da publicidade

Tranquilidade e conforto para os mais exigentes

Se você pensa que o turismo rural se restringe a visitar fazendas, acordar cedo para alimentar animais, capinar na roça ou tomar banho frio em um rio, acalme-se. É possível, sim, viver esse clima rústico de forma intensa, mas sem dispensar o conforto. No Vale do Itajaí, o Fazzenda Park Hotel é a opção para quem busca um hotel fazenda moderno e de alto padrão. O estabelecimento localizado às margens da SC-411, em Gaspar, oferece ao visitante passeios de quadriciclo, cavalgadas, lagoas para pescar, trilhas de charrete, contato com animais, além de piscinas e quadras de esportes.

– Hoje está na moda passar uns dias em um hotel-fazenda. Por isso, procuramos dar um tratamento diferenciado ao nosso hóspede. Tudo o que é feito aqui é pensado nele – ressalta Evandro Coradini, gerente de hospedagem do Fazzenda Park Hotel.

Inaugurado há 15 anos, o hotel cresceu com o tempo e hoje conta com 197 apartamentos e 550 leitos.

No verão, os índices de ocupação chegam perto dos 100%. Segundo Coradini, hoje há vagas disponíveis apenas para depois do dia 20 de janeiro. A maioria dos hóspedes são catarinenses, paranaenses, gaúchos e paulistas. O preço da diária de um apartamento superluxo atualmente é de R$ 881, mas pode cair para R$ 655 caso a permanência seja de cinco dias.

– Aqui temos de tudo, só falta a praia mesmo. E olha que se a pessoa quiser dar uma voltinha no litoral nem precisa andar muito. Temos praias perto daqui para matar a saudade – diz.

Continua depois da publicidade

Roteiros associados

Litoral

_ Praias, programas de montanha à beira-mar, ecoturismo, estâncias termais, observação de baleias.

Norte

_ Paisagens de serra, cachoeiras, turismo ferroviário, ecoturismo.

Sul

_ Cultura italiana em pequenas cidades, visita a vinícolas, festas.

Vale do Itajaí

_ Cultura germânica, festas, roteiros de compras e ecoturismo.

Serra

_ Tradições campeiras, paisagem de altitude e clima frio.

Oeste

_ Estâncias hidrotermais, culturas campeira e europeia.