Uma tecnologia importada de Israel tem ajudado joinvilenses com deficiência visual ou baixa visão a experimentar uma vida com mais independência. Com auxílio de um óculos especial, eles conseguem ler páginas de livros, identificar cores, objetos e até fazer reconhecimento facial sem precisar de ajuda de outras pessoas.

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O dispositivo tem uma câmera acoplada que ajuda em todo o processo. Ela faz uma foto da página do livro e uma voz começa a descrever a história para o usuário. Consegue ler o código de barras dos produtos e contar para a pessoa o que ela tem em mãos. Além disso, pode indicar qual o valor de uma cédula de dinheiro ou ainda identificar uma cor.

Os óculos custam quase R$ 17 mil, mas as pessoas com deficiência visual ou baixa visão podem ter acesso a tecnologia gratuitamente no Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem. Uma sala foi preparada especialmente para que os usuários possam ter a experiência durante uma hora, mediante agendamento prévio.

Segundo a diretora de operações Milena Vitório Alves, o hospital é o primeiro de Santa Catarina a obter a tecnologia e também disponibilizar para os usuários. Eles são acompanhados por um profissional, que faz o treinamento sobre o uso do dispositivo.

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— Esse óculos chegou para o hospital no fim do ano passado e nós fizemos toda uma adequação no espaço para que a pessoa possa aprender sobre o equipamento. Agora está sendo liberado e nós já tivemos pessoas de Joinville, de outras cidades, nos procurando para saber como funciona — conta.

Os óculos não são vendidos pelo hospital, mas a unidade faz uma intermediação com o fabricante, inclusive com descontos, para quem tiver interesse em fazer a compra. A diretora ressalta que não há lucro algum para a instituição com as vendas.

Adria Santos reconhecendo qual a cor do papel por meio do óculos
Adria Santos consegue saber qual a cor do papel por meio do óculos (Foto: Hassan Farias, A Notícia)

Experiências marcantes

Uma das pessoas que já conheceu a tecnologia e tem um dos óculos em casa é a velocista Adria Santos, maior medalhista paralímpica brasileira. Com ajuda do dispositivo, ela teve uma série de melhorias, principalmente em relação à autonomia no dia a dia.

— É uma experiência incrível. As coisas que eu tinha alguém para me olhar ou pedir ajuda, hoje eu posso fazer sozinha. Pego um livro físico e não preciso de alguém lendo para mim. Se eu estou em casa sem ninguém e tem duas embalagens iguais, posso usar o óculos e saber o que está em cada uma. A tecnologia facilita muito — exemplifica.

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Adria nasceu com baixa visão, parou de enxergar com o olho esquerdo aos 13 anos e com o olho direito, aos 18 anos. Ao ser convidada pelo hospital para experimentar o óculos no ano passado, ela revisitou experiências que há muito tempo não tinha.

— Acho que eu tenho uma criança dentro de mim e fiquei muito feliz mesmo quando recebi o convite. Foi uma surpresa, cada momento que eu ia vivenciando com os óculos foi incrível. Me emocionei muito de estar vivendo isso — recorda.

Apesar de entender que o dispositivo não é acessível para todos terem no dia a dia, em razão do preço, Adria defende que as pessoas com deficiência visual ou baixa visão aproveitem a oportunidade gratuita de conhecer a tecnologia e vivam essa experiência assim como ela.

Para quem tiver interesse, basta agendar diretamente com a central de atendimento do Hospital de Olhos Sadalla, pelo telefone (47) 3481-5333.

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Óculos tem uma câmera acoplada que ajuda nos reconhecimentos
Óculos tem uma câmera acoplada que ajuda nos reconhecimentos (Foto: Hassan Farias, A Notícia)

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