Fim do primeiro tempo no clássico da Capital. O placar da Ressacada apontava 0 a 0 para Avaí e Figueirense. A essa altura, Marquinhos já era oficialmente um ex-jogador profissional. O último jogo — o de número 400 — com a camisa do Leão teve ele em campo por somente 45 minutos. Neste período, o Galego mostrou a mesma personalidade que o fez se tornar ídolo do clube que ajudou a mudar de patamar, levando à Série A do Brasileiro por quatro vezes. Até pela situação, não deixou de provocar o convidado de honra para a festa, o arquirrival.

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— Vamos que vamos, porque o Avaí não é bagunça. O Avaí é Série A — disse Marquinhos aos torcedores na Ressacada logo após a homenagem recebida no centro do gramado da Ressaca.

M10 ganhou da diretoria azurra uma camisa com o número 10 num quadro e outra camisa com o número 400 às costas. Com lágrimas nos olhos, Marquinhos deu a volta olímpica no estádio em que é o maior artilheiro, com 61 gols. Ao passar em frente à torcida organizada do Avaí, atendeu ao pedido: fez o créu. A comemoração ficou eternizada pelo Galego justamente em um dos clássicos contra o Figueirense. Mas só a partir de segunda-feira ele terá a dimensão real do fim da carreira.

— A ficha vai cair somente amanhã. Ainda estou vivendo essa adrenalina. Agradeço a cada torcedor que veio aqui. Buscar novas situações fora de campo para seguir ajudando o time que tanto amo. Quem viu, viu. Sou Marquinhos e o corpo pede para eu parar. Está na hora de parar. Estou muito emocionado e contente por vestir a camisa do Avaí — falou M10.

Nos 45 minutos que esteve em campo, Marquinhos usou a faixa de capitão pela última vez, falou bastante com o time, reclamou da arbitragem e reencontrou um recente algoz, o zagueiro Pereira, do Figueirense. No primeiro lance entre eles, M10 deu um toque por baixo e cometeu falta. Depois, foi a vez do alvinegro empurrar o Galego. No ano passado, por causa de confusão no clássico, foram suspensos pelo TJD-SC.

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Marquinhos sai de cena com números impressionantes. Estatísticas que o fazem sonhar com mais uma homenagem: a estátua dele na Ressacada. Isso, porém, terá de ser discutido pelo presidente Francisco Battistotti e demais membros da diretoria azurra. Enquanto isso, M10 deseja seguir ajudando o Leão. A partir de segunda-feira, ele estará em uma nova função: gerente de futebol.

— Deixei. Elevei o Avaí de patamar. Quero permanecer ajudando o Avaí a conquistar tudo que conquistei em campo agora fora de casa. Essa situação de estátua deixo para o presidente responder — completou.

Na volta do intervalo, M10 chamou o zagueiro Betão e, sob aplausos da torcida, passou a faixa de capitão. Foi a última ação antes de se dirigir ao banco de reservas para acompanhar o restante do clássico.

Títulos e marcas

::: Campeão Catarinense 2009

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::: Quatro acessos à Série A

::: Maior artilheiro da Ressacada – 61 gols

::: Melhor meia do Estadual em 2008, 2009 e 2013

::: Craque do Catarinense em 2009 e 2013