Os bichos do Zoobotânico de Joinville estão tendo uma rotina diferente nos últimos meses, em especial nas últimas semanas. Primeiro, as obras de construção de novos recintos (viveiros), e agora a segunda etapa do Parque Morro do Boa Vista estão obrigando os animais a mudarem temporariamente de casa.

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Até fevereiro do ano que vem, prazo contratual para que o parque fique pronto, os bichos permanecerão em recintos temporários, alguns já erguidos e outros em construção, em uma área do lado esquerdo do acesso ao parque.

Os visitantes do Zoobotânico também terão de ter paciência: pelos mesmos oito meses, o local ficará interditado à circulação de pessoas, por causa do trabalho de máquinas e homens em vários pontos. A decisão foi tomada em conjunto por Ippuj e Fundema, responsáveis pelas obras.

Para que os bichos não se estressem com o barulho e a movimentação durante os trabalhos, os viveiros temporários ficam em local afastado, perto da mata, e cobertos com mantas, explica o biólogo do parque, Luis Gustavo Ravazolo. Todos os mamíferos, aves e répteis que vão para os recintos são examinados por um veterinário e as condições de saúde são monitoradas.

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O trabalho é feito aos poucos, enquanto os recintos temporários vão ficando prontos. Como a ordem de serviço para a segunda etapa do Parque Morro do Boa Vista foi dada no dia 21 de junho, os trabalhos estão em fase bastante inicial e ainda há bichos nos viveiros antigos.

Aos poucos, com recurso de R$ 600 mil da própria Fundema, os viveiros também estão sendo renovados. Ao todo, serão 21 novos recintos mais confortáveis e bonitos para os bichos.

Atualmente, cerca de 170 animais, a maioria aves, vivem no local. Praticamente todos são frutos de apreensões feitas pela Polícia Ambiental ou Ibama. Hoje, o parque não pode receber bichos, mas com a reforma, novos animais que forem apreendidos poderão ser recebidos e cuidados.

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Macacos e jacaré ariscos

A mudança de um jacaré e dos 11 macacos-prego que vivem na ilha em meio ao lago do Zoobotânico deve ser a etapa mais trabalhosa de realocação dos bichos. O jacaré, apelidado de Jack, fugiu do recinto para répteis há algum tempo e invadiu a lagoa principal do parque.

Uma armadilha, com carne de frango, foi montada para tentar capturar o bicho e transferi-lo para um tanque perto dos viveiros temporários, mas ele não tem “colaborado”, segundo funcionários.

O biólogo Luis Ravazolo diz que o fato de o réptil ficar com o metabolismo mais lento no inverno, e por isto mais discreto, e a grande disponibilidade de peixes no lago são fatores que acabam dificultando a captura.

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Os macacos, por sua vez, são ariscos e agressivos, e a solução terá de ser criativa. Como não há como capturá-los e colocar em um viveiro fechado, segundo o biólogo, será criada uma ilha artificial, sob uma balsa flutuante, de 10 por 15 metros, enquanto a ilha onde hoje vivem estiver sendo refeita. Por ser móvel, a ilha artificial facilitará manter os bichos afastados das obras.

A remodelação

– Nos 17 anos de existência do Zoobotânico, esta é a primeira grande reforma. A segunda etapa do Parque Morro do Boa Vista, ao custo de R$ 2,52 milhões, financiados pelo banco internacional Fonplata, irá revitalizar toda a cara do zoo.

– O local vai ganhar acesso novo, pórtico e calçadas acessíveis.

– O lago e a área interna terão nova pavimentação, com novas cercas e estruturas, além de

área de contemplação para visitantes.

– A parte administrativa do parque será reformada, e os bichos também vão ganhar cozinha e ambulatório novos.

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– Na terceira etapa do parque, serão construídos o novo mirante no alto do morro, voltado à baía da Babitonga, e uma “janela” (um mirante saindo do meio da mata) voltado para a região central de Joinville.

– Esta etapa está em fase de abertura de licitação para contratar a empresa que fará os mirantes, segundo o diretor executivo do Ippuj, Vânio Lester. Os mirantes devem custar em torno de R$ 3,2 milhões. Posteriormente, medidas como vigilância e reorganização do trânsito no parque também devem ser implantadas.