De acordo com a nova avaliação do Instituto Chico Medes (ICMBio) sobre a situação das corujas que ocupam um terreno em Jurerê Internacional, no Norte da Ilha, o trabalho dos operários no local não oferece um perigo direto, mas que pode sim afetar os animais. Ontem, moradores do bairro entraram em contado com o Instituto por acharem que os ninhos das aves estavam sendo comprometidos.

Continua depois da publicidade

Confira a galeria de fotos com imagens das corujas

Após receber a denúncia dos moradores, técnicos do ICMBio estiveram no terreno que fica ao lado do Parador P12 e pertence a Construtora CSL. Após a vistoria, eles não identificaram nenhuma das nove tocas comprometidas, mas explicaram que a colocação dos tapumes cercando o terreno, bem como os procedimentos que irão começar ali dentro, podem sim colocar em risco as corujas.

A nova avaliação do ICMBio será encaminhada para o Ministério Público Estadual (MPSC) e anexado a um procedimento preparatório-recurso usado quando a informação que chega ao MP revele condutas e atividades lesivas ao meio ambiente- instaurado em abril. Na ocasião, moradores haviam denunciado o funcionamento de um estacionamento no local, o que também estaria prejudicando a rotina dos animais.

Continua depois da publicidade

A primeira vistoria foi feita a pedido do MPSC para fornecer uma avaliação sobre o local. Caso ficasse confirmada a destruição dos ninhos, isso seria um crime ambiental e o relatório do ICMBio contribuíria com o processo. O Instituto, porém, não tem como punir o responsável pelo crime por não configurar um dano que afetaria Carijós-reserva mais próxima do terreno. O ICMBio só tem poder de polícia em áreas de proteção que sejam comprometidam direta ou indiretamente.

Para onde as corujas estão indo

De acordo com o ICMBio, esta espécie de coruja, conhecida como Coruja Buraqueira, tem hábito monogâmico. Isso quer dizer que se foram encontradas nove ninhos no terreno, deveria haver, pelo menos, 18 animais. Mas na vistoria de maio só foram vistos seis e na de ontem, quatro.

Inicio dos trabalhos

Desta vez, o terreno está sendo cercado pela Construtora CSL. De acordo com o diretor da empresa, Ricardo Saldanha, a construtora tem conhecimento deste problema e está sensível a situação das corujas.

Continua depois da publicidade

– Quando fizeram a primeira denúncia fomos até a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Eles nos deram algumas recomendações e seguimos todas elas. Cercamos os ninhos e sinalizamos – explicou Saldanha.

De acordo com o diretor, o tapume está sendo colocado para definir, no terreno, o que é público e o que é privado, mas as obras só devem começar no fim do ano.

– Tem um ninho que está no caminho do tapume, mas faremos um desvio – completou.

As corujas estão na época de procriação, que deve ir até agosto, quando os filhotes passam a ter condições de saírem dos ninhos.

Continua depois da publicidade