O Contorno Viário da Grande Florianópolis, alternativa para desafogar o trânsito da região, teve um novo capítulo na manhã desta terça-feira, dia 8. A obra foi novamente paralisada e sem aviso prévio, segundo a Arteris Litoral Sul, que administra o trecho e a construção das novas faixas. Ainda não há previsão de retomada.

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Em nota, a concessionária diz que a Salini Impregilo, atual construtora responsável pela obra do Contorno Viário de Florianópolis, "paralisou mais uma vez suas atividades na manhã desta terça-feira sem qualquer tipo de prévio aviso".

A Arteris afirma que está notificando a empreiteira para que promova a retomada imediata das atividades. A concessionária garante que a finalização do Contorno de Florianópolis não será impactada por essa paralisação e ressalta que todos os compromissos financeiros contratuais com a Salini estão sendo cumpridos integralmente.

Ao G1 Santa Catarina, a construtora falou que há um impasse com a Arteris, mas não deu mais detalhes, apenas citou que ainda não chegou a um acordo final com a concessionária.

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A Arteris Litoral Sul diz que possui 70% do Contorno em obras, com 34,4 quilômetros em andamento, e já investiu quase R$ 1 bilhão na implantação da nova rodovia. A advogada da Salini diz que não sabia da paralisação e que os trabalhadores iriam voltar das férias coletivas nesta segunda-feira, dia 7.

A empresa Sallini Impregilo é responsável pela construção de 30 dos 50 quilômetros previstos do Contorno Viário da Grande Florianópolis.

Devagar, quase parando

O contorno viário da Grande Florianópolis tem o objetivo de desviar o tráfego de longa distância que atualmente passa na BR-101 na região de Florianópolis. Os estudos realizados preveem redução de aproximadamente 20% na intensidade desse tráfego. Mas as obras, que inicialmente deveriam ficar prontas em 2012, enfrentaram diferentes problemas ao longo dos últimos anos.

Em novembro do ano passado a Construtora Salini Impregilo decidiu demitir funcionários e reduzir o ritmo das atividades. De acordo com a Arteris, a construtora alegou que não tinha condições financeiras para seguir executando o contrato. A concessionária afirmou, no entanto, que os repasses de dinheiro para a Salini Impregilo estão em dia.

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Já em outubro deste ano, os funcionários da Salini Impregilo entraram em greve. Os trabalhadores exigiam reajuste de salários. Os trabalhos obras ficaram parados por 11 dias, até que a Justiça do Trabalho determinou multa diária aos trabalhadores, caso mantivessem o protesto.

A obra está prevista para ser entregue em 2022. Quando terminar, o contorno deverá ser usado, principalmente, para desviar o tráfego de caminhões pesados que atualmente precisam cortar as regiões centrais de Biguaçu, São José e Palhoça, o que ajuda a complicar ainda mais o trânsito nessas áreas.